Viktoria
Eu estava imensamente feliz por rever a Rose e por ela não estar com raiva de mim, porem assim que acordei minha mãe me entregou uma carta, e eu não nunca imaginei que uma simples carta poderia me tirar o chão daquele jeito.
“Vik, a academia me chamou pra corte desculpe, mas tenho que ir. Não vou me despedir pessoalmente, prefiro deixar nossa tarde de ontem como nossa ultima lembrança.
Sei que você sabe porem vou dizer, coisa que eu nunca fiz, não com todas as palavras. Eu te amo, e queria muito que você retribuísse esse sentimento.
Espero vê-la novamente.
Mil beijos, Seu eternamente.
Nikolay”
Senti um aperto no peito e as lagrimas logo rolaram pelo meu rosto, eu não sabia o que eu sentia por ele, na verdade eu sempre achei que ele era meu amigo, mas então por que me sinto assim? Por que o fato dele ir embora me machuca tanto?
Fiquei no meu quarto a manha toda.
-Nik vem almoçar. – Minha mãe gritou da cozinha, o cheiro da comida invadia meu quarto, porem eu não tinha fome, as lagrimas já haviam secado e a única coisa que eu fazia era olhar para o papel amassado que Nikolay me mandou. –Filha você não pode ficar trancada dentro desse quarto.
-Por dói tanto? – Minha mãe me abraçou, ela era uma excelente mãe, desistiu de todos os seus sonhos pra criar a mim e meus irmãos.
-Isso se chama saudade. Vem comer algo, e depois vai sair, vai ver a Rose e aproveita e convida ela pra jantar aqui hoje à noite.
Concordei com a cabeça, e após almoçar sai, era melhor mesmo ir ver a Rose para tentar me distrair, passei na loja onde a Carol trabalha e peguei algumas perucas e roupas pra fazer um disfarce pra Rose. O dia passou voando, depois que ela escolheu o melhor disfarce saímos, e eu sorri muito com a Rose e a Tamy, porem sempre que parava um pouquinho me lembrava das palavras do Kolay. No final convidei a Rose pra jantar lá em casa. Voltei para casa, e algo martelava em minha mente, eu nunca quis ser guardiã, porem se eu fosse pra corte eu poderia rever o Nikolay. Mas isso era algo impossível, minha vó nunca permitiria, e eu seria mesmo capaz de lutar contra minha família, de me tornar uma guardiã somente pra ficar perto de um amigo? Por ele era somente meu amigo, ou é o que eu quero muito acreditar, por que se não, quando isso mudou? Ouvi vozes na sala e vi que a Rose havia chegado, eu tinha passado o resto da tarde em meu quarto, pensando no Nikolay, sem nem mesmo perceber. O jantar foi tranqüilo e os meninos me distraíram, e consegui sorrir.
-Você tem alguma coisa pra nos dizer. Minha mãe falou, após o jantar.
-Como você sabe?
-Eu já te conheço querida. Fomos todos para a sala, Rose estava pensativa.
-Eu encontrei o Dimitri. – Rose falou e não sabia o que dizer, meu irmão havia se tornado um strigoi, será se Rose o tinha matado? –Muita coisa aconteceu, mas o mais importante é que ele agora... Ela parou, olhou para cada pessoa ali presente e prosseguiu. –Ele não é mais um strigoi. – Minha avó falou um palavrão em Russo, minha mãe congelou, assim como todas nós.
-Não pode ser. – Finalmente minha mãe falou algo. Rose contou tudo para nós, como ela o salvou. –Você o salvou. – Eu também pensava assim, minha mãe a abraçou e sorriu enquanto dizia. –Meu Dimka, meu Dimka.
-Na verdade quem o salvou foi a Lissa. – Rose parecia estranha de repente.
-Não foi você, você o procurou até o achar, você acreditou que ele poderia voltar, você procurou um meio para salvá-lo, querida? O seu amor o salvou. Eu sempre soube o quanto mamãe gostava da Rose, na verdade todos aprendemos a gostar dela, como da família. Mas algo estava errado.
-Por que ele não veio com você? Perguntei, Rose abaixou a cabeça.
-Aconteceram muitas coisas, e não se esqueça que eu tive que fugir de lá. Foi tudo o que ela disse, percebi que ela não queria falar no assunto então deixei pra lá.
-Rose vamos está tarde.
***
Durante a semana eu fui todos os dias na casa da Rose, tomando sempre cuidado com tudo. Eu estava consciente daquela dor incomoda que eu sentia sempre que pensava no Nikolay, mas continuei em frente, tentando não deixar transparecer.
-Vamos a feira? - Chamei, era fim de semana e varias pessoas montavam feiras em uma rua da cidade, a rua ficava interditada e cheia de gente.
-Não é perigoso.
-Ah Rose desde quando você é tão cuidadosa? – Tamy me ajudou e depois de um tempo convencemos ela de ir, nós a disfarçamos e partimos, a feira como sempre estava lotada, cheia de barracas coloridas, muitas pessoas passeando pra lá e pra cá.
-O que está acontecendo? Rose me perguntou depois de um tempo, pelo visto eu não estava fazendo um bom trabalho, tentando esconder meu sofrimento, porem eu não queria falar sobre isso.
-Nada.
-Você mente muito mal. - Tamy comentou.
-Estou sentindo a falta do Kolai. – Falei somente. Voltamos ao passeio, e durante algumas horas voltei a me distrair. Quando começou a anoitecer vi que era hora de irmos, sem ninguém chamar nos dirigimos a saída. O caminho até a casa da Rose era pequeno, porem assim que entramos na estrado ouvi Dado falar.
-O que foi? – Eu não tinha percebido nada que justificasse sua pergunta, porem a resposta da Rose me fez tremer.
-Strigoi. – Eu não tinha a experiência da Rose, e nem de nenhum dos que estavam conosco, na verdade eu nunca nem tinha lutado com um strigoi na vida, tudo que eu sabia era da academia, e de meus treinos com meu irmão. Tamy, Dado e o Artur logo pegaram suas estacas, assim como a Rose, ficamos em posição, esperando o ataque. Senti-me desesperar, alem de nunca ter vivido uma situação dessas, eu ainda não tinha uma estaca.
-O que eu faço, eu não tenho estaca.
-Toma. Dado falou retirando uma segunda estaca do seu casaco e me entregando. A espera pareceu interminável, mas na verdade não demorou muito e eles entraram em nosso campo de visão, eles eram mais feios do eu imaginei. Dado veio pro meu lado e juntos começamos a lutar, nós revezávamos os ataques, porem ele era rápido e forte. Com base em tudo que eu me lembrava dos meus treinos consegui me desviar de vários chutes e socos, porem ainda recebi vários. Senti a adrenalina no meu sangue e tudo que eu queria era matá-lo, olhava para ele e via somente o strigoi que transformou meu irmão. Bastou um segundo de distração e ele me acertou em cheio, senti o gosto de sangue na boca, porem foi a sua vez de se distrair e Dado o empalou. Mesmo não tendo sido eu a empalá-lo, eu me sentia vitoriosa.
-Valeu. – Dado falou estendendo a mão pra eu batesse.
-Vik? Você esta bem? - Rose veio até mim desesperada, seus olhos percorriam meu corpo, procurando por machucados.
-Bem? Eu estou mais que bem, isso foi... Incrível, emocionante. Eu só faltava realmente pular.Ninguém se feriu, eu estava me sentindo em êxtase. Enquanto caminhávamos me aproximei da Tamy.
-Tamy por que você não quis ser guardiã?
-Eu fui... Um dia. – Seus olhos ficaram tristes.
-E como é ser guardiã? – Eu me sentia curiosa, me sentia empolgada.
-É a melhor sensação do mundo, você se sente bem em salvar a vida de seu protegido, se ele ou ela for seu amiga é ainda melhor, porem... Se você falha... – Não foi preciso falar mais nada, eu havia entendido sua frase inacabada, e acho que eu ate sabia por que ela tinha deixado de ser guardiã. Ficamos em silencio o restante do caminho, assim que chegamos eu fui falar com a Rose.
-Rose posso falar com você um assunto um pouco delicado? – De repente eu tinha mais de um motivo pra ir pra corte.
-Pode falar Vik, você sempre poderá contar comigo.
-Rose na minha família as mulheres não viram guardiãs como você já sabe e eu sempre aceitei isso tranquilamente. Mas depois de hoje de ver um strigoi na minha frente de sentir a adrenalina de uma luta, e de ver o quão letal você é, eu quero ser uma guardiã e queria sua opinião, o que você me diz sobre isso? – Pude ver a cara de espanto da Rose, acho que ela não esperava por isso.
-Sabe Vik dizer exatamente o que você deve fazer eu não sei mais posso dizer o que eu sinto. Vik eu já tentei me imaginar não ser uma guardiã, mas não consegui, ser guardiã é tudo pra mim. Sabe Vik eu já vi a morte de perto e não me arrependo nem um minuto de tudo que fiz, eu sou feliz assim e se for pra você ser feliz como guardiã eu te apoio nessa decisão. – Eu nem acreditava no que eu tinha ouvido, a abracei emocionada.
-Eu quero ser igual a você e ao Dimka Rose, poderosa e letal e eu vou seguir meu coração EU VOU SER UMA GUARDIA. Porem eu tenho medo da reação da Yeva. – Eu realmente tinha muito medo da minha vó, porem... Quem sabe?
–Você fala com ela pra mim?
-Eu? – Eu pude ver várias coisas nos olhos da Rose, medo, pavor e depois algo diferente, carinho. Ela afirmou com a cabeça.
-Obrigada. – Agradeci sorrindo e fui pro quarto, agora sim poderia descansar, se tudo desse certo em breve estaria na corte, poderia ser uma guardiã e poderia rever o Nikolay.
2 comentários:
perfeito é pouco
a rose é d +
valeu
obrigada por comentar
bjjss
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