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sábado, 18 de setembro de 2010

Capitulo 5

“Rose!”
A voz de Alyson era clara para mim. Alegre e divertida como ela sempre fora.
Eu ergui meu rosto em sua direção e a vejo parada a poucos metros de mim, com um grande sorriso no rosto. Ela vestia um vestido verde que combinava perfeitamente com seu cabelo ruivo como fogo e seus lindos olhos cor de avelã – ela era a cópia perfeita da minha mãe.
“Você se lembra quando nós corríamos por esses jardins?” perguntou arrancando uma tulipa e começou a despetalá-la,um sorriso malicioso estava na sua cara. Isso significava quando ela estava prestes a aprontar alguma coisa.
Olhei ao redor,percebendo que estava no quintal da mansão dos meus pais. Nós duas estávamos em um dos jardins onde minha mãe amava cultivar suas flores. Olhei para baixo e vi que eu vestia um vestido tomara que caia cor de sangue,ele colava perfeitamente as minhas curvas,me deixando desejável para os homens. Meu cabelo estava preso em um coque com fios soltos e eu usava saltos altos também vermelhos para combinar.
“Você vai ficar ai parada?” eu voltei meu olhar para Alyson,ela segurava uma pulseira. A minha pulseira preferida que tinha pertencido a minha bisavó, e era a que eu mais gostava “Porque sabe...eu estava afim de pegar essa pulseira para ir ao encontro do Henry!”
“Aly,não! Me devolve!” eu choraminguei ficando irritada por ela ter roubado o objeto que eu mais valorizava.
Ela fez a pulseira cintilar na luz do Sol antes de metê-la no bolso. Espera aí,eu disse no Sol? Mas o que...
“Você quer? Então venha buscar!” ela começou a correr pra longe de mim e no mesmo segundo eu me vi correndo atrás dela também,gritando para ela me devolver exatamente como nós fazíamos quando eu tinha meus doze anos.
O engraçado de tudo era que nós corremos um monte de milhas e eu nunca me cansava e meus sapatos não me incomodavam,o que era absurdamente estranho.
“Quero ver você entrar aqui sua boba!” ela disse abrindo a porta de uma pequena choupana dos funcionários que trabalhavam para o meu pai e desapareceu na escuridão.
Eu tinha certeza que ela achava que eu tinha medo de escuro,mas era mentira. Eu iria recuperar a minha pulseira e depois armar uma pra ela não entrar mais no meu quarto.
Só que ao invés de eu encontrar Alyson e a mobília da choupana,assim que eu abri a porta, eu fui arremessada contra uma parede e a minha visão ficou turva por um momento. Só que quando ela voltou, eu estava naquela sala de novo. Onde meu pesadelo se tornara realidade.
Alyson gritava feito uma louca e tentava lançar uma ventania em um Strigoi,só que ela estava fraca. Muito fraca. Percebendo isso,o Strigoi sorriu com os olhos vermelhos brilhando de alegria e sorriu,com as presas amostra bem na hora que Alyson arremessou uma bela lufada de ar que o empurrou até o outro lado da sala.
Eu desviei os meus olhos para não vê-lo rosnando de raiva,só que foi um erro. Porque para onde eu olhei,estava o corpo drenado e sem vida da minha mãe jogado no chão.
O choque percorreu a minha espinha e eu tentei gritar por socorro,mas eu não encontrava a minha voz. Eu tentei chorar,mas as lágrimas não saiam. Eu estava fraca.
Um estrondo me fez voltar em direção a minha irmã na mesma hora que ela tenta um golpe sem sucesso e o Strigoi a agarra pelo pescoço. Ela começa a gritar quando ele sorri e torce o pescoço,calando-a e o único som era aquele crack dos seus ossos sendo quebrados.
Eu estava paralisada e queria morrer junto com elas quando o Strigoi mergulhou as presas no pescoço dela. Assisti a minha irmã sendo drenada pouco a pouco na minha frente porque estava fraca e impotente,o Strigoi largou seu corpo sem vida não chão e lambendo os lábios,seus olhos pousam em mim. Um grande sorriso tomou conta dele quando eu abri a boca para gritar, na mesma hora em que tudo ficou preto.
Abri meus olhos desesperada. A silhueta do meu quarto apareceu indicando que tudo aquilo não tinha passado de um pesadelo. Um terrível pesadelo.
Sentei na minha cama e afastei as cobertas e percebi que eu estava molhada. Na verdade,eu estava suada.
“Foi só um pesadelo” repeti a mim mesma enquanto fechava os olhos e limpava meu rosto com o edredom.
Olhei para o relógio e vi que faltavam cerca de uma hora para ele tocar,mas não mataria se eu fosse tomar meu banho e arrumar as minhas coisas mais cedo do que de costume. Pulei da minha cama e fui pegar minhas roupas e a toalha para tomar banho na mesma hora que eu me lembrei que tinha um teste para estudar.
Fazia duas semanas que eu estava estudando em St. Vladmir e eu achava um milagre eu não ter aprontado alguma coisa – já que geralmente eu aprontava muito na primeira semana de aula.
Além disso eu tinha feitos muitos amigos – passava grande parte do meu tempo na companhia de Lissa,Andre e Mason. Com Dimitri era apenas o tempo livre que ele tinha e nossas aulas juntos,já que ele vivia ocupado com os treinamentos. Mas mesmo com esse pouco tempo que nós tínhamos juntos,nós evoluímos muito no quesito de conhecer um ao outro.
Dimitri era muito responsável e sempre preocupado com o dever e com aquele lema de “Eles vem primeiro”,o que fazia ele dobrar a guarda de mim e sempre ser linha-dura. Claro que ele era um fofo comigo e muito cavalheiro. Ás vezes eu perguntava por que ele nunca se divertia como todo mundo,mas ele sempre inventava uma desculpa e era raro os momentos que ele era divertido ou então quando ele sorria,e eu sempre ansiava mais por aqueles sorrisos,porque eles eram lindos demais.
Quanto a minha inimiga,eu tentava o máximo possível ficar longe do caminho dela,só que tinha momentos que eu estava com Dimitri que ela aparecia do nada e tentava falar com ele e o arrastar para o canto,só que Dimitri sempre arrumava uma desculpa e dizia “não”. Tinha vezes que ele chegava a ignorá-la só pra conversar comigo sobre algum assunto bobo,isso me deixava feliz enquanto Tasha me olhava com um olhar assassino. Eu tinha quase certeza que Dimitri sentia alguma coisa a mais do que uma afeição e aquela relação de guardião e Moroi,só que ele tentava não demonstrar.
Uma coisa que eu sabia que ele gostava era do meu cabelo,que nesse momento enquanto eu olhava para o espelho,parecia que alguma coisa tinha morrido lá e ele estava ensopado de suor.
Abri o chuveiro e a água quente atingiu meu corpo e eu comecei a lavar o meu cabelo com xampu quando o sonho retornou com força a minha mente,fazendo as lágrimas descerem no meu rosto com a lembrança de tudo aquilo.
O que era aquilo a final de contas? É uma forma de vingança por minha impotência naquela noite ou um castigo eterno por tudo o que eu fiz de errado?

• Dimitri’s POV

Quando acabo de me barbear,olho o relógio. São cinco e sete da manhã,indicando que daqui a praticamente dez minutos eu devo estar no ginásio,fazendo meus treinos matinais.
Admito que isso era parte da minha rotina,a maioria dos aprendizes não faziam treinos matinais porque gostavam de dormir até mais tarde,mas eu sou diferente. Meu trabalho requer mais proteção e não distração,e por causa desses simples treinos de quase duas horas eu tinha conseguido matar mais de cinco Strigoi sem ao menos me formar,e isso me tornava um ícone para a Academia e a Corte.
Não que eu me importasse com toda essa fama,porque eu nunca gostei de ser o centro das atenções,sou do tipo de ficar no meu canto. A única coisa com que eu me importava era ela,a minha protegida,a minha Princesa.
Quer dizer,ela não é exatamente a minha protegida enquanto eu não me formar,mas ela vai ser. Rose não era uma Moroi como as outras,ela era... diferente.
Sempre a imaginei como uma patricinha arrogante que ficava se esfregando em todos os Moroi do colégio,mas ela não era assim. Claro que ela vivia flertando com o Ashford do mesmo modo que ele flertava com ela e isso me deixava louco,mas eu nunca a vi se atirando para ele. Era claro que ele era apenas um amigo para Rose,só que Mason não entendia isso.
Outra coisa era que ela era simpática com a maioria das pessoas,e dava para ver que ela tinha uma espécie de carisma que fazia todo mundo se sentir afeiçoado a ela,ou isso era apenas comigo. Eu a observava desde que eu a vi na sala da Kirova junto com seu pai, a duas semanas atrás, desde então tenho passado o maior tempo possivel com ela, muitas vezes eu nem mesmo falava nada, mas só de estar perto dela e a ver sorrindo feliz, me dava a melhor sensação do mundo.
Foi com as memórias desses momentos com Rose que eu cheguei a cafeteria para comer alguma coisa antes do treino, quando eu estava passando pelas mesas em direção as frutas vi uma cena que me fez parar imediatamente.
Rose estava sentada de frente para mim, de cabeça baixa com um casaco de capuz que cobria boa parte do seu cabelo, e a parte que não cobria estava úmido, ela estava tão em seu mundo que nem levantou a cabeça quando eu cheguei ao seu lado, foi ai que percebi que ela estava com os fones de ouvido.
“Rose?”
“Rose?” Botei levemente minha mão no seu ombro, para fazer-la olhar para mim.E isso a fez pular de susto e o seu livro se fechar.
“Meu Deus Dimitri, quer me matar do coração?” Disse ela retirando os fones de ouvido enquanto me olhava. Só foi ela levantar o rosto que pude perceber que essa não era a minha Roza, essa menina que me olhava estava mais pálida do que o normal para os Morois, tinha olheiras e o principal, seus olhos não estavam radiando a felicidade e alegria que eram de costumes, eles estavam triste e irritados, o que me levava e deduzir que ela tinha chorando muito e não a muito tempo atrás.
“O que você está fazendo aqui tão cedo?”
“Na verdade nada, só ouvindo música e tentando estudar para um teste. Por quê?”
“Por que? Rose, você vive atrasada porque acorda tarde, está aqui, principalmente sozinha, as 5:14 da manhã é porque alguma coisa aconteceu. O que houve?” Perguntei, eu realmente estava preocupado, esse comportamento não era normal para ela, e eu tinha que saber se eu poderia ajudá-la em algo.
“Não aconteceu nada Dimitri, não se preocupe. Eu só cai da cama e resolvi me arrumar mais cedo e estudar pra um teste que eu acabei de me lembrar que era hoje.” Ela respondeu tentando passar naturalidade, mas eu podia ver o quando essa naturalidade era fingida, eu já a tinha avisado que ela era uma péssima mentirosa, mas dessa vez eu deixaria passar. Podia ver que ela não estava confortável com o que tinha acontecido, e eu não estava aqui para forçá-la a nada, se ela quisesse que eu soubesse me contaria, então resolvi mudar de assunto.
“Um teste?”
Ela deu de ombros e tomou um gole de sangue que tinha na sua garrafa “Nada com o que se preocupar. Eu vou me ferrar de um jeito ou de outro mesmo”
A maneira despreocupada que ela declarou que ia se ferrar no teste foi bem natural,o que me fez querer rir mesmo a realidade ser outra. Então uma ideia se formou na minha cabeça.
“Já que você está aqui sozinha, quer me acompanhar até meu treino? Não quero que você fique aqui sozinha”
“Claro” Me disse com um pequeno sorriso, que não chegava aos seus olhos, enquanto guardava seu ipod. Ela realmente estava estranha e eu iria resolver isso.
“Vou pegar só uma maçã e podemos ir. Você quer alguma coisa?”
“Não, não. Eu já comi quando cheguei aqui” Ela me respondeu rapidamente, e pude ver que era verdade. Ótimo, ela não estava tão mal a ponto de perder seu apetite, isso tinha que ser um bom sinal.
Pegamos minha maçã e saímos em direção ao ginásio. Rose ainda estava perdida em pensamentos, e eu tinha a intuição que se eu não chamasse sua atenção de alguma maneira sua mente iria para lugares nada agradáveis.
“Então, que música você estava ouvindo?”
“Várias. Mas a última foi ‘Someones watching Over Me’ da Hilary Duff, não é muito meu tipo de música,mas é ótima para momentos como esse...” Ela calou-se rapidamente não terminando a frase. Momentos como esse? O que ela quis dizer com isso?
Uma rápida olhada nela pode me dizer que a conversa não estava caminhando para uma área segura. Eu queria quebrar o silêncio que voltou a se formar, mas não sabia como e foi com esse silêncio que chegamos ao ginásio. Não havia ninguém lá porque era somente eu que treinava a essa hora da manhã.
Guiei Rose até o colchonete que tinha ao lado do tatame onde eu treinava e larguei minha mochila lá. Ela pulou no colchonete e se sentou,arrumando o cabelo.
Tirei meu casaco,revelando a minha blusa sem mangas que eu usava no momento quando eu ouvi um suspiro,era fraco,mas era um suspiro. Olhei para trás e vi Rose com os olhos arregalados e notei que ela me examinava de cima para baixo.
Ok,tive que admitir que ela estava com uma admiração surpreendente no rosto por causa do meu físico. Todas as garotas quando me viam treinando ficavam com esse mesmo olhar na cara. E Rose não era diferente.
“Vê algo que gosta?” perguntei cruzando os braços e percebendo que eu não deveria ter dito isso,mas era tarde de mais. Rose corou,mas colocou uma máscara de divertimento e arrogância no rosto.
“Já vi melhores”
Rose só disse isso porque não gosta de ser pega desprevenida e foi por isso que eu não me abalei com sua resposta. Mas mesmo assim aquilo me trouxe uma reação um pouco decepcionada. Ela também deve ter percebido meus sentimentos,porque ela me abriu um sorriso e disse:
“Ok,você até que é bonitinho” ela admitiu e seus olhos ficaram sérios “Mas me diga... você vai cortar seu cabelo quando se graduar ?”
De todas as perguntas que eu esperava vindo dela,essa foi a mais inesperada. Eu amava o meu cabelo e desde pequeno sempre brigava com meus mentores e minha mãe para não cortarem ele,e foi assim que ele ainda ficou comprido até hoje,mas quando eu fosse protegê-la,isso poderia ser um problema...
“Eu ainda não sei. Mas se isso foi o melhor para te manter segura, sim”
Rose me olhou cuidadosamente e se levantou do colchonete, estreitando os olhos, “Você será meu guardião, correto?”
“Sim” Falei sem hesitação.
“Você terá que fazer o que eu quiser, correto?” Disse chegando mais perto.
“Se isso não te por em perigo, sim” Ela deu mais um passo pra frente, cerrando mais os olhos.
“Então, eu te proíbo de cortar o seu cabelo!” Disse me dando um sorriso de tirar os fôlegos, parecia que ela tinha acabado de ganhar na loteria “Eles são bonitos, cortá-los seria um pecado!”
Isso me fez sentir como se eu tivesse asinhas e saísse voando por ai a qualquer momento só por causa do seu elogio. Isso porque não era qualquer garota que elogiava o meu cabelo,a maioria achava melhor ele curto...
“Você pode usá-lo preso,como usa agora”
Sorri. Ela ainda permanecia bem a minha frente “Se você fosse guardiã eu também não te deixaria cortar o seu” falei, pegando uma mecha do seu cabelo e brincando com ele e sentindo sua maciez,que era até melhor do que eu cheguei a imaginar “Eu gosto do seu cabelo, do jeito que é. É uma das coisas que eu mais gosto em você.” Falei, pondo a mecha atrás de sua orelha. Olhando em seu rosto, pude ver que ela tinha corado com minha fala, e se fosse possível ela era ainda mais linda desse jeito.
Eu me afastei para me alongar no tatame. Percebi que Rose tinha voltado para seu colchonete e estava imersa em pensamentos enquanto fingia ler o livro de álgebra. Eu voltei a me focar no treino,armei os bonecos e comecei a socá-los,tentando ignorar a presença e os olhares que Rose atirava de vez em quando em mim.
Eu deveria controlar meus sentimentos por ela antes que virasse algo a mais,tenho que tentar manter o controle e é isso o que estou fazendo. O que aconteceu há poucos minutos atrás era prova de que meu autocontrole já não era mais páreo para a atração que nós dois tínhamos um pelo outro.
Pelo amor de deus,eu vou ser seu guardião e meu dever é protegê-la e não me apaixonar por ela. Eu sei que a ideia é absurda porque não tem como eu me apaixonar por ela,mas eu sabia que as coisas entre nós estavam mais fortes do que uma simples amizade.
Eu estava tão imerso em pensamentos que nem a escutei me chamar pela primeira vez.
“Dimitri”
Parei de socar o boneco e olhei para ela. Rose estavam pé e a poucos metros de mim,o cabelo que antes estava preso e molhado,agora estava quase seco e em um rabo de cavalo.
“Sim,Rose?”
Pela sua expressão,pude ver que ela hesitava.
“Eu estava pensando” ela deu um passo para frente “Tem como você...me ensinar alguns golpes?”
Ela me surpreendeu novamente. O que deu nessa garota hoje?
“Tudo bem. Mas só se você me contar por que quer aprender a lutar” eu esperava que não fosse para socar algum estudante,já que esse era o meu trabalho.
“Eu to cansada de ser inútil, de não poder ajudar em nada. Se houver uma luta eu não vou poder fazer absolutamente nada. Eu nem mesmo sou especializada em algum elemento para usar isso ao meu favor” ela implorou com os olhos decepcionados “Eu queria aprender a lutar,sabe? Pelo menos saber me defender sozinha porque eu não quero ser fraca”
Eu considerei por um momento,mesmo que ela aprendesse alguns golpes,eu jamais a deixaria lutar contra Strigoi por ela ser frágil e a sua vida,importante. Era o meu dever. “Ok, eu te ensino uns movimentos, mas você tem que me prometer a não usar com a primeira pessoa que te tirar do sério.” Ela só ficou me olhando enquanto eu esperava sua resposta “Vamos Rose, ou você me promete ou nada feito.”
Ela fez uma carranca e seus olhos de repente ficaram perigosos,exatamente como os do pai “Se fosse para mim socar ou matar alguém daqui,eu teria feito isso há algum tempo e sem a sua ajuda” convencida.
“Então vamos, dá pra te ensinar alguns movimentos com essas roupas mesmo, nós temos pouco tempo de qualquer forma” Disse me dirigindo para o tatame, e pude sentir que ela fazia o mesmo.
Depois de ensiná-la como alongar corretamente, mostrei a ela a postura básica de defesa e ataque, e como se bloqueia socos e como dar-los, sem que usasse muita força o que faria que ela sentisse dor e que se cansasse mais rapidamente. Ela se mostrou uma aluna bastante aplicada, conseguiu pegar os movimentos depois de alguns minutos, então decidi ver se na prática ela era tão boa quanto na teoria.
“Tudo bem,agora vamos entrar em uma luta de verdade” anunciei me agachando na postura de ataque e ela repetiu o movimento.
Esse era o momento mais delicado,eu tinha que tomar cuidado para não atingi-la com força,já que os Moroi eram fracos e não eram treinados para isso.
Eu esperava que ela me atacasse primeiro,como todos os Moroi faziam mas Rose não, ela ficou me olhando, me estudando, parecia que ela queria prever qual seria meu movimento, uma reação que eu não esperava de uma iniciante.
Nós olhamos e nos circulamos por um tempo, até que ela veio tentar me acertar com sua mão direita, eu a bloqueei, mas o que eu não esperava e que sua mão esquerda também estivesse preparada me pegando totalmente fora de guarda, eu não esperava dela um movimento desse tipo após apenas alguns minutos de instrução. Bloqueei um pontapé dela e acertei um soco no seu braço e ela recuou com o impacto,mas ao invés de reclamar,ela avançou com tudo e acertou um soco.
O que me fez recuar foi à pontada de dor que veio logo a seguir. Não que ela tenha acertado o meu nariz nem nada,mas foi a pulseira que ela usava que raspou na minha bochecha e acho que também no meu olho,porque ele ardia. Puta merda.
“Meu Deus Dimitri, me desculpa! Não foi minha intenção!” Ela disse pondo as mãos na boca.
“Calma Rose. É normal isso acontecer,foi um acidente” falei tampando o meu olho esquerdo e fiz um gesto para que ela ficasse tranqüila,mas era impossível.
“Deixe-me ver isso” falou me puxando para o colchonete. Tentei protestar,mas era impossível ela me largar. Rose estava prestes a surtar.
“Tira a mão do rosto” ela disse colocando a minha mão no meu rosto e seus olhos começaram a examinar os arranhões. Sentir seus dedos no meu rosto era uma sensação maravilhosa...
“Acho melhor você ir à enfermaria” aquilo foi como um balde de água fria jogado em mim,me fazendo sair de transe.
“Não” exclamei desesperado. De todos os lugares dessa Academia,eu não gostava da enfermaria porque não era um bom lugar para ir. Além disso,eu não precisava ir para lá com um simples corte,eu era forte o suficiente para agüentar. “Rose, isso não precisa de cuidados,é só lavar e pronto!”
“Mas Dimitri, tá sangrando, a gente tem que fazer parar” Eu finalmente cedi a ela.
E foi nessa hora enquanto eu me sentava, e ela ficava de frente para mim que eu notei algo diferente nos seus olhos. Uma luz, um brilho, que eu nunca tinha visto antes e enquanto eu a olhava, ela colocou sua mãos delicadamente sobre o meu rosto fazendo uma pressão boa, e eu pude sentir-lo aquecer e meu olho parar de arder, e como veio o brilho se foi dos seus olhos ao mesmo tempo em que ela retirava sua mão do meu rosto, e me olhava de uma forma estranha.
“Eu – eu acho que me enganei” ela engasgou “Não tem nenhum machucado ai”
Passei meus dedos pela minha bochecha e pelo canto do meu olho,descobrindo que não havia mais sangue nem arranhões e que a minha pele não doía.
“Eu tenho que ir” a voz dela soava desesperada e quando eu ia falar,ela já tinha fechado a porta do ginásio,me deixando sozinho lá.
O que deu nela? Eu pensei,me levantando e quando olhei meu reflexo em um dos espelhos que tinham na sala de combate e me assustei com o que vi. Minhas mãos podiam ter sangue do corte,mas o ferimento havia sumido. Nenhum arranhão e nem uma cicatriz e nada dolorido na minha pele.
Isso é completamente impossível. Eu tinha me machucado e a prova de que isso era verdade era o sangue quase seco que estava na minha mão. Mas o corte tinha sumido.
O que tinha acontecido aqui? Por que Rose ficou daquele jeito e fugiu tão rápido daqui assim que percebeu que o corte fora curado?
Qualquer que fosse o que o que tinha acontecido aqui,eu precisava urgentemente falar com ela,porque Rose com certeza estava escondendo uma coisa muito grande,e que eu precisava saber o que era para protegê-la melhor e tirar minhas dúvidas sobre esta estranha habilidade.

1 comentários:

Ai, lindo lindo...
Parabés.
Está ficando cada vez mais quente.

beijos

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