Acordei suada e ofegante, droga! Lissa e Christian estavam tendo uma tórrida noite de amor e acabaram terminando com a minha noite de sono, quando olhei para o relógio já era sete da noite para os humanos e pleno dia para nós vampiros. Tomei um rápido banho, vesti uma roupa qualquer e desci para tomar café da manhã.
Vi Stewart entrar e sentar-se no sofá com o rosto entre as mãos, sem pensar muito fui para seu lado. Ele tomou um susto quando sentiu minha mão em seu ombro e acabou levantando-se, quando viu quem era relaxou visivelmente, eu acabei achando engraçada a cena toda.
- Qual é a graça? – perguntou Stewart fingindo irritação.
- Não nenhuma – falei – precisamos falar do baile de máscaras Sábado.
Stewart olhou para cima da minha cabeça, ficou branco e tentou desviar do assunto.
- Outra hora – ele disse e eu neguei.
- Nem pensar – falei exasperada – já está decidido que vamos ao baile então...
- Você o que Rosemarie Hathaway? – perguntou uma voz muito conhecida e em choque eu virei-me para encarar minha mãe.
Merda! Agora sim eu estava ferrada, e muito por sinal, a cara de Janine não era das melhores e eu podia imaginar meu caixão ali mesmo.
- Oi mãe – tentei soar meiga só que não deu certo com a minha mãe que continuava a me fuzilar com o olhar.
- Eu escutei direito? – perguntou Janine vindo em minha direção – que história é essa de você ir para a corte Sábado?
- Quem vai pra corte Sábado? – perguntou Abe aparecendo na escada perfeitamente vestido.
- Eu – respondi erguendo a cabeça e vi os olhos de meus pais ficarem duros.
- Não – disse Abe duramente – fora de cogitação.
- O que está fora de cogitação é eu ficar aqui presa enquanto minha protegida corre perigo – disse friamente encarando os dois.
- Ela está perfeitamente segura na corte – disse Janine – você não irá para lá Rosemarie está me ouvindo?
- Você não sabe de nada – cuspi para minha mãe que enrijeceu com minhas palavras – eu irei sim e quero ver alguém me impedir, sou maior de idade e posso muito bem fazer o que me der vontade.
- E se eu te prender aqui com vários guardiões? – ameaçou Abe e eu olhei mortalmente para ele que nem se abalou com meu olhar.
- Tente velhote e eu estarei fora daqui antes que consiga chamar um guardião – avisei olhando para os dois – olha eu preciso ir lá.
- Você está sendo procurada – rosnou Janine andando para mais perto de mim – se você voltar tudo estará acabado para você e sabe disso.
- Mãe – disse calmamente e ela parou quando ouviu eu chamá-la de mãe – eu preciso ir. Não me perguntem por que, mas eu sei que Lissa corre perigo e que algo irá acontecer naquela festa.
- Rose, por favor – pediu minha mãe e eu fiquei chocada quando percebi que ela estava pedindo ao invés de mandar – não vamos conseguir te tirar de lá outra vez.
- Eu sei me cuidar – falei e abracei-a surpreendendo tanto a mim quanto a ela.
Janine no começo ficou estática, mas depois me abraçou levemente antes de nos separar. Abe sorria discretamente e Stewart estava ali parado como se não acreditasse ainda no que acabara de acontecer, agora sim tudo estava resolvido.
- Você irá sozinha? – perguntou Abe depois de alguns minutos em silêncio.
- Não Ryan e Stewart irão comigo – respondi e vi Abe olhar diretamente para Stewart – não tente dar um sermão em Stewart eu que o mandei ficar quieto, afinal se ele abrisse a boca eu estaria longe daqui e você me queria em segurança.
Abe bufou só que não fez ou disse nada, pelo canto do olho vi Stewart relaxar e mexer a boca num ‘obrigado’.
- Vocês não irão sozinhos – disse Janine e eu olhei-a confusa – eu vou ajudar mesmo não sabendo de muita coisa, não vou te deixar sozinha Rose.
Eu não sabia o que fazer ou o que falar, minha mãe acabara de dizer que não me deixaria sozinha depois de anos afastada. Nessa hora eu não sabia se sorria por ter sua atenção ou se gritava com ela por só se importar comigo agora, no final optei por ficar na minha e deixar ela participar, afinal quanto mais ajuda eu tivesse melhor seria.
- Tudo bem mãe – concordei – quero que fique perto de Lissa como os outros, tudo bem?
- Vou ajudar no que for preciso Rose – disse minha mãe e eu concordei.
Antes que alguém pudesse dizer algo, Ryan desceu e Janine olhou-o e seus olhos arregalaram-se.
- Não pode ser – sussurrou minha mãe e eu esqueci que nem todos sabiam o que eu havia feito nesse tempo em que estive fora – você se parece muito com um Dragomir.
- Guardiã Hathaway eu sou um Dragomir – respondeu Ryan indo para meu lado.
- Impossível – disse Janine e eu dei um passo á frente.
- Não mãe e é também por esse motivo que eu estou voltando para a corte – disse e comecei a contar toda a história para meus pais.
- Mas isso continua sendo impossível… como Eric Dragomir pôde…?! – minha mãe estava incrédula, seus olhos mostravam certa indignação e repulsa pelo que Eric – um Dragomir poderoso – havia feito.
- É isso, a missão que me foi ordenada pela própria Tatiana para que eu realizasse era essa. Ryan é um legítimo Dragomir, embora não tenhamos feito testes de paternidade nem nada parecido, acho que é obvio o bastante. – falei olhando para onde Ryan estava, sentado em um canto sob uma sombra, quieto e ouvindo tudo atenciosamente.
- E você passou por tudo isso sozinha… quero dizer, foi muito irresponsável. – típico de minha mãe me chamar de irresponsável quando eu poderia estar morta.
- Eu tive a ajuda de Dimitri, e se você tem que culpar mais alguém, que culpe Abe. É justo, já que ele pagou por tudo e foi quem nos levou para onde devíamos ir. – falei na defensiva.
- Não comece Rose, está sendo mal agradecida. – Abe interveio e eu tive que concordar com ele. Em parte. – Há algo que não consigo entender… você disse que foram para a Rússia, como sabia que a tal Jane, suposta amante de Eric Dragomir estaria lá?
- Não sabia. Eu simplesmente… tinha que ir até lá, meus últimos meses na Rússia me fizeram me sentir… diferente, eu sabia que tinha algo lá. – expliquei com os olhos longe.
- Está certo, mas há algo mais. Você disse que aquele Strigoi mencionou Nathan, entretanto ele está morto. – Janine refletiu com o rosto franzido.
- Aparentemente não. – falei em um suspiro. – Mesmo que ele não esteja eu o mataria quantas vezes fosse necessária, mesmo que eu tenha que ir junto. O que ele fez… o que ele me fez…
Quando falei que Nathan havia feito para mim, eu estava pensando especificamente em Dimitri. Eu não poderia deixar de culpar Nathan por tudo, porque alias tudo havia começado com ele, e é claro comigo. Se eu não tivesse deixado Dimitri para trás. Se eu não tivesse perdido Nathan de vista. Os “Se” rodavam em minha mente, me impedindo de caminhar para frente, mas eu não podia mais pensar no passado, eu havia conseguido consertar boa parte, trazendo Dimitri de volta, e matado Nathan… ou pelo menos era o que eu achava.
- Rose, o que exatamente acontecerá no baile da corte? – Janine perguntou, pude perceber em sua voz um momento de temor, ela não sabia se queria ouvir a resposta, e eu tinha certeza que não.
- Strigois, muitos Strigois. – falei baixinho, eu não poderia mais esconder deles, principalmente de Janine, uma das melhores guardiãs.
- Isso é insano, a corte é o lugar mais seguro que existe. – custava a ela acreditar.
- Se tem uma coisa que aprendi durante todos os ataques é que nenhum lugar é impossível agora para os Strigois. Quero dizer, eles estão atacando em plena a luz do dia e têm humanos trabalhando para eles… - expliquei ofegante, lembrar que humanos estavam ajudando monstros como os Strigois a caçar os Morois, era repugnante.
- Você tem razão Rose, mas não pode confiar apenas em seus instintos, você sabe. – Janine tentou argumentar.
- Não estou confiando apenas nos meus instintos, mesmo eles sendo os melhores… eu sei que vai acontecer, tenho alguém como prova – falei agilmente, eu precisava que eles acreditassem em mim.
- Quem? – minha mãe estreitou os olhos e Abe fez o mesmo.
- Não posso falar. – suspirei. – Vocês precisam confiar em mim, quando foi que estive errada sobre um ataque dessa escala?
Janine andava de um lado para o outro eu podia contar o barulho dos passos pesados, pelas botas dela, sobre o carpete. Abe também estava pensativo e suas mãos estavam cruzadas sobre a mesa de seu escritório. Por fim Janine respirou e se virou para me encarar.
- Precisamos de mais ajuda, um plano e acima de tudo… prosseguir com muita precaução. – a vitória era minha, não pude deixar de sorrir pelo canto da boca.
- Já pensei em como entrarei na corte. – falei em tom de suspense. – Eu estava precisando de umas compras, espero que não se importe Abe, por ter gastado seu dinheiro em um vestido de gala.
- Você vai entrar como convidada? – Abe aparentava estar chocado.
- Porque não? Ryan é um moroi, ele me levará como sua acompanhante. Quando estiver lá dentro, então nada poderá me deter. – falei com toda a firmeza que sentia, e percebi que estava pronta para o ataque.
- Ninguém poderá saber quem é você, ou Ryan, se mataram Tatiana por que ela sabia da existência de outro Dragomir, vocês terão que ser muito cautelosos. – Abe falou.
- Nós seremos eu só preciso de alguém de dentro para repassar as informações que tenho, e então estará feito… ninguém discutirá se um guardião da corte anunciar um ataque. É por isso que preciso de ajuda, mas imagino muito bem quem poderá me fazer esse favor. – pensei enquanto andava em passos lentos pelo escritório. – Eddie!
- Está certo, isso pode funcionar, mas precisaremos de outro plano, não só para o caso de esse der errado, como também caso alguém desconfie da sua presença… acho que devemos começar. – Janine colocou sua melhor feição de guardiã séria e puxou alguns livros em sua direção enquanto sentava e discava alguns números no seu telefone celular. – Se faremos algo grande, precisamos de uma ajuda grande também.
- Não quero Dimitri envolvido – falei quando minha mãe começou a ligar para seus contatos.
- Ele é um dos melhores Rose – disse minha mãe estreitando seu olhos em minha direção – tem algo que eu não estou sabendo?
Inferno! Não se pode dizer nada perto dessa mulher, ela é muito esperta. Quando contei sobre minha caçada na Rússia atrás de Dimitri e depois quando fomos achar Ryan e topamos com Ryan ocultei o detalhe do nosso caso, não acho necessário que minha mãe saiba disso agora.
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