Eu estava em uma sala escura. O silêncio era impenetrável. Somente meus passos eram ouvidos. Eu corria desesperadamente, procurando alguma porta para fugir.
Mas não a achei, e cada vez mais senti que alguém estava me seguindo. Vi vultos atrás de mim.
Cansada de correr, parei e olhei para trás, mas não tinha ninguém. Mas quando me virei, levei um susto. O Lord das Trevas, temível por todos do meu mundo, estava na minha frente.
Ele apontou a varinha para mim, e ia dizer algo, mas algo o impediu. Olhei para o lado e vi um menino magro de óculos.
Mas Voldemort o ignorou, apontou a varinha para mim novamente e a última coisa que ouvi foi um grito e umas palavras estranhas:
- Avada Kedavra – a maldição proibida, a maldição da morte
- Ah! – dei um grito sufocado.
Olhei em volta e vi que estava em meu quarto. O único som audível era o ronco de Charlie.
Há uma semana ando tendo pesadelos, desde que Edward me deixou. Alguns são de Edward, mas outros são como esse. Alguém me matando, e um garoto tentando impedir.
O vazio tomou conta de mim como sempre acontece quando penso em Edward. Pelo menos, às vezes tenho sonhos bons. Vejo algumas pessoas, que sei que conheço e amo, mas não lembro quem.
Olhei no relógio em cima da cômoda. Era recém oito horas, eu sempre ia dormir as sete, já que não tinha nada para fazer. Me levantei, mas não liguei a luz, para não acordar Charlie.
Apenas me sentei na cama e comecei a me lembrar...
Geralmente, em meus sonhos, vejo o menino desse sonho, que tinha uma cicatriz na testa, igual a que tenho no pulso, sei que eu o conhecia muito bem, mais do que a mim mesma, só que não lembro d’onde.
Às vezes também vejo uma menina e um menino. A menina tinha cabelos castanhos volumosos, o menino tinha um cabelo arruivado e tinha sardas.
O estranho nos meus pesadelos, é que eles falam palavras estranhas, mas eu conhecia todas elas. O que era estranho, pois não me lembro de tê-las ouvido.
Não foi a primeira vez que ouvi Avada Kedavra, na maioria de meus pesadelos ouço alguém falando isso. E na mesma hora, penso que significa a morte.
Olhei em volta do meu quarto, e vi dentro de meu guarda-roupa que estava aberto, algo brilhar. Fui cheia de curiosidade até lá.
O brilho vinha da última gaveta, abri ela, e o brilho ficou mais forte, mas eu não vi da onde vinha.
Tirei tudo o que tinha na gaveta, mas o brilho continuava. Olhei do lado de fora e vi novamente dentro, e percebi que tinha um fundo falso.
Abri ele e não acreditei no que vi. Tinha um monte de coisas dentro, era impossível caber na gaveta, ela era pequena para tudo aquilo. Até uma vassoura esquisita tinha. O brilho vinha de uma varinha preta, um pouco torta. Peguei ela.
Me senti estranha, e como se tivesse vendo um filme, me lembrei absolutamente de tudo.
Lembrei que eu morava com meu irmão, Harry, o menino magro dos meus sonhos, e com os Dursley, que ‘cuidaram’ de mim e meu irmão quando nossos pais morreram. Eu tinha três anos quando isso aconteceu, e Harry tinha um. O pior, na época, era saber que eu e minha família corria perigo e não poder fazer nada. Eu era um bebe que apenas sabia falar e andar.
Me lembrei das fotos de minha querida mãe, e o quanto sou idêntica a ela.
Senti algo dentro de mim. Meu mundo, fui tirada de meu mundo por um ganancioso por poder, que tentou me matar, e por algum motivo, não conseguiu.
Peguei a vassoura, e me lembrei dos jogos de quadribol que eu torcia por Harry. Eu era muito boa para voar, mas não tinha lugar no time, mas sempre que alguém se machucava me chamavam para substituir.
Olhei para a varinha novamente, e me lembrei de Hermione e eu. Éramos muito amigas, as melhores alunas, sempre respondíamos corretamente as perguntas.
Agora entendo todo o vazio que sinto, eu o sentia antes de Edward entrar em minha vida, mas ele tirou esse vazio, e agora que ele se foi, o vazio voltou com mais força.
Sentei no chão e chorei muito, me lembrando da escola e o quanto fui feliz lá.
Eu sentia saudade de todos. Muitas saudades. E foi assim que decidi que iria até Hogwarts.
Eu deixaria uma carta a Charlie, sei que sentiria falta dele, mas as saudades de meu mundo eram maiores. Ri quando me lembrei que chamavam os humanos de trouxas.
Mas como eu iria para Londres? Era muito longe e... Uma luz se ascendeu em minha mente. Claro! Lembro-me que quando Voldemort estava atrás de mim e Harry, Dumbledore nos ensinou a aparatar. Apenas Hermione e Rony sabiam disso, mas eu e Harry adorávamos treinar.
Escrevi para Charlie que fui até o meu mundo, e para ele não me procurar, disse que estaria mais feliz onde eu estaria. Não sei se ele aceitaria, mas eu precisava tentar, Charlie também estaria mais seguro sem mim.
Troquei de roupa, coloquei uma calça jeans, uma camisa branca com alguns detalhes roxo e um all star.
Peguei apenas minha varinha, não sei se me aceitariam lá, mas eu queria ver minha verdadeira família.
Aparatei na Casa dos Gritos. Não podia aparatar dentro de Hogwarts. Me senti um pouco tonta, fazia tempo que eu não aparatava.
A casa continuava do mesmo jeito. Abandonada. Ninguém ia porque diziam que era mal assombrada.
Tinha uma passagem que me levava a Hogwarts. Fui até o túnel secreto, que me levou ao salgueiro lutador. Dei uma cambalhota para fora, de um jeito que o salgueiro não pôde me atingir.
Então eu vi o castelo. Era imenso. Fui para o saguão de entrada. Porta duplas á esquerda levam ao salão principal.
Fui até lá, e abri a porta hesitante...
1 comentários:
muito interessante, a mistura entre harry potter e crepusculo
parabens
beijos
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