Depois que Lissa conseguiu colocar tudo no lugar, nós comemos um sanduiche, e eu finalmente pude dormir. Entrei no quarto e fechei a porta. Eu precisava de um pouco de solidão e melancolia. Eu sei, eu vou ter rugas antes do trinta anos!
Tirei a roupa e entrei no chuveiro, deixando a água quente massagear minhas costas. Saí de lá, quando meus dedos estavam enrugados. Sobre minha cama, havia uma caixinha cor de rosa da Victoria Secrets, eu sorri – Lissa!
Dentro da caixa, um pijama – igualmente rosa – de seda. Eu peguei o pijama e o vesti. Era tão delicado e suave quanto ela.
Quando eu entrei no quarto dela, Lissa já estava adormecendo. Eu a beijei na testa e murmurei:
- Obrigada.
Lissa sorriu com os olhos fechados. Minha amizade com ela era a coisa mais forte que eu tinha. Depois de tudo que havia acontecido com Dimitri, era difícil pensar em ficar longe dela.
Voltei para o meu quarto e fucei em minha bolsa até encontrar o anel de prata. Lissa havia feito para mim com tanto carinho que ele realmente me dava sorte. Coloquei o anel no dedo e deitei. Devo ter adormecido logo, porque eu nem consegui pensar em nada.
De repente, eu estava caminhando por um campo cheio de florzinhas brancas – Okay, bem clichê, mas não sou eu quem escolhe os cenários dos meus sonhos, desculpe!
Continuei caminhando pelo gramado cheio de florzinhas até que encontrei um riacho. Alguém estava sentado á beira dele, mas de onde eu estava, não podia ver quem era. Procurei por Mason ou Adrian, eu estava pronta para reclamar que precisava dormir em paz, quando a figura da beira do lago virou-se – Dimitri. Eu corri.
Dimitri se levantou e abriu os braços bem na hora em que eu me joguei nele.
- Dimitri que saudades!
Suas mãos deslizaram em meus cabelos e ele segurou uma mecha entre os dedos. Era meu Dimitri novamente.
- Você voltou, Roza. Você voltou.
Sua boca encontrou a minha e eu não disse mais nada, nem ele. Foram beijos tão profundos e intensos e tão calmos. Eu sentia como se Dimitri quisesse eternizar o tempo. Seus lábios eram gentis e suaves, enquanto sua língua explorava toda a minha boca. Eu sentia como se um fogo me consumisse de dentro para fora. Ele sentou-se na grama e me colocou em seu colo, minhas mãos ao redor do seu pescoço, enquanto ele beijava o meu.
- É tão bom ver você de novo, Roza. É tão bom.
- Sim – era só o que eu conseguia dizer.
- Eu pensei que nunca mais a veria. Me prometa. Me prometa que não vai me deixar.
- Eu prometo – Eu disse, arrancando as palavras do fundo do meu coração.
Dimitri sorriu e o som do seu riso fez com que uma lagrimazinha escorresse dos meus olhos. Ele passou o dedo por ela, secando.
- Não chore.
Eu não queria mesmo chorar. Eu não queria perder o pouco de tempo – mesmo imaginário – que eu tinha com ele, chorando.
Dimitri me aconchegou em seus braços, como se eu fosse uma criança.
- o que importa agora, é que estamos juntos.
Nisso, ele tinha razão. Nada importava, nada mais. Ele estava comigo e era tudo que eu queria. Eu o puxei para mim novamente e Dimitri respondeu. Seu corpo quente contra o meu, sua pele na minha. Eu o queria. Eu o queria tanto. Dimitri tirou a camisa e a colocou sobre a grama, deitando meu corpo sobre ela. Eu beijei seu peito devagar, muitas vezes, sentindo seu cheiro de colônia pós-barba. Ele se livrou das alcinhas do pijama e a blusa caiu. Dimitri passou um braço por trás das minhas costas e puxou em seu colo novamente, beijando, mordendo.
- Eu te amo. Eu te amo, Dimitri. Eu te amo.
- Eu quero você de novo Roza. Eu quero fazer amor com você de novo.
- Sim.
As palavras escaparam dos meus lábios entre um gemido e outro, porque de repente, falar era muito difícil.
Meus dedos encontraram os botões da calça jeans que ele usava e os soltei. Eu queria tanto sentir Dimitri comigo novamente, queria tanto que meu corpo fosse dele novamente, mas eu não consegui. Eu não conseguia me manter no sonho.
Minha consciência oscilava entre momentos de sanidade e momentos de loucura total. Eu sabia que estava sonhando, embora não pudesse controlar o que acontecia. Eu sentia como se minha alma viajasse para fora do meu corpo e eu não queria voltar. Eu precisava ficar mais, eu precisava ficar com ele, mas eu não conseguia.
Quando abri meus olhos, eu estava suando sozinha, na minha cama. Minha mão ainda sentia a pele dele, meu corpo estava quente e eu podia sentir o cheiro dele no quarto. Meu coração estava totalmente acelerado e eu não conseguia me concentrar. Levantei e fui até a cozinha. Abri a geladeira e peguei a garrafa de água. Enchei um copo e o virei na boca com vontade, eu precisava me acalmar. Um segundo depois, o copo se espatifou no chão, assim que uma mão gelada tocou meu ombro.
- Mase pelo amor de Deus, não me assuste deste jeito!
Mason estava encostado na pia, com seus olhos vermelhos e seu sorriso confortável.
- Hey, foi você quem me chamou!
- Eu não chamei você! E fale baixo, você vai acordar Lissa!
O espírito de Mason riu.
- Lissa não pode me ouvir, sua boba, mas ela pode ouvir você. Fale baixo Rose!
Eu ia começar a xingar Mason, quando ouvi a porta do quarto de Lissa se abrindo. Ela caminhou sonolenta até a cozinha.
- Rose, é você? Está tudo bem?
Eu me abaixei e comecei a pegar os cacos do chão. Mason continuou ali, olhando para mim – o que era muito desconfortável com Lissa na cozinha.
- Eu ouvi um barulho – Lissa me disse – fiquei preocupada com você.
- Está tudo bem Liss, eu é que sou desastrada, só isso.
Eu levantei a mão cheia de cacos para que ela entendesse melhor. É claro que eu não mencionei a parte de ter me assustado com um espírito depois de quase fazer sexo imaginário com meu ex-instrutor strigoi. Cara, eu tinha problemas sérios!
Lissa me deu um beijo no rosto e voltou para o quarto. Mason começou a rir.
- Quando é que você vai contar a ela que tem me visto novamente?
- Eu não sei. Eu não se ela está preparada para ouvir isso.
- Rose, Lissa é mais forte do que você imagina. Ela é mais forte do que todos imaginam.
Eu joguei os cacos no lixo e comecei a andar de volta para o quarto, Mason me acompanhando.
- Mase eu sei, mas eu quero protegê-la. Sei lá, sabe, eu não posso perder Lissa também.
Mason sorriu.
- Rose, Rose. Sempre tentando proteger o mundo.
Eu não vi Mason ir, talvez porque eu tenha adormecido muito rápido, o fato é que só acordei no dia seguinte.
Espreguicei-me na cama, ainda lembrando a sensação de ter Dimitri comigo novamente, embora eu não tenha voltado a sonhar com ele.
Lissa estava na cozinha, fazendo alguma coisa na pia. O cheiro de café a denunciou.
- Hey, desde quando você sabe fazer café?
Lissa virou-se para mim sorrindo e me entregou uma xícara.
- Desde que nós temos uma máquina de café expresso!
Eu ri, enquanto bebia.
Tantas coisas estranhas haviam acontecido nos últimos dias que eu sentia que tínhamos que ter uma conversa. Além disso, Mason tinha razão, eu não poderia proteger Lissa de tudo. Eu tinha que confiar mais nela. Da ultima vez que eu a deixei, era exatamente por isso, o que quase custou a vida dela.
- Liss, eu preciso contar umas coisas.
Eu podia sentir os sentimentos de curiosidade se formando dentro de Lissa, pela nossa ligação. Ela encostou-se na pia e eu me sentei no balcão.
- Diga, Rose.
- Tem acontecido umas coisas estranhas comigo.
- O que Rose, diga logo! Você está me deixando nervosa.
Eu suspirei fundo – não havia um jeito de dizer isso fácil.
- Eu tenho visto o fantasma de Mason novamente.
Ela tapou a boca com as mãos. Eu sabia exatamente porque Lissa estava em choque e eu nem precisava da ligação para isso. Da ultima vez em que Mason apareceu, era para avisar sobre um ataque de strigoi.
- Rose, você acha que...
- Não! – eu a interrompi – eu não acho que ele queira me avisar nada, mesmo porque ele tem falado comigo.
- Falado? Como assim, falado? Antes você não conseguia se comunicar com ele.
- Pois é, é aí que as coisas começam a ficar estranhas. Agora eu consigo.
A curiosidade aumentando através da ligação.
- Mas você ouve ele mesmo, tipo assim, com palavras?
- Sim Liss, assim como eu ouço você.
- Puxa Rose, isso é estranho mesmo.
- Tem mais.
- Mais?
- Eu tenho sonhado com Dimitri.
- Ah Rose, isso é normal. É resultado do que você sente.
- Não Liss. Não sonhos normais, são sonhos estranhos. É como se realmente fosse Dimitri, sabe, como se eu pudesse vê-lo. Sei lá, eu não entendo também.
- E isso é ruim?
- Não, isso é bom – eu baixei meus olhos – mas é estranho.
Lissa me abraçou.
- Tem mais uma coisa, Liss.
Ela não disse nada, apenas olhou nos meus olhos.
- Ele me mandou outro bilhete. Ontem.
Medo e angustia e duvida, passaram por nossa ligação.
- O que estava escrito, Rose?
Eu peguei o bilhete no bolso da calça e o mostrei a ela. Lissa leu, e re-leu, várias vezes.
- Você acha que estamos em perigo?
- Pode ficar tranqüila Liss, eu vou te proteger.
Lissa segurou meus pulsos e olhou séria para mim.
- Não estou preocupada apenas comigo, Rose. Ele quer te matar e eu não posso deixar isso acontecer – Lissa parou e pensou por alguns instantes – temos que encontrar um jeito de salvá-lo.
Eu não pude deixar de sorrir – esta era mesmo Lissa! Mesmo em perigo, ela se preocupava em salvar todos. Eu a abracei.
- Liss você é maravilhosa.
Uma batida insistente na porta nos tirou do nosso momento “melhores amigas”. Adrian abriu a porta em seguida.
- Então, prontas para o café?
Eu podia sentir através da ligação que Lissa queria ir, o sorriso dela apenas confirmou tudo.
Eu olhei para Lissa e para Adrian e terminei olhando para Stan. O que me consolava é que ele parecia tão empolgado quanto eu.
Os olhares estavam todos em mim, e eu me sentia a própria “megera”. Soltei as mãos ao lado do corpo.
- Okay, vamos tomar café!
Eu podia jurar que Stan estava rindo de mim, embora seus lábios estivessem imóveis.
Nós andamos pelos corredores lado a lado, protegendo nossos morois. Lissa e Adrian andavam na frente, rindo e conversando.
No salão do café, vários morois da realeza andavam para lá e para cá, servindo-se nas grandes mesas do Buffet. Stan e eu ficamos com os outros guardiões, em uma ante-sala bem montada com um café digno da realeza. Eu me servi de alguns sanduiches e uma xícara jumbo de capuccino. Stan pegou apenas uma xícara de café expresso
- Você não come nunca?
- Não em serviço.
Stan sem duvida sabia me fazer sentir uma incompetente. Eu quase engasguei com meu sanduiche de peito de peru. Quando eu comecei a tossir ele bateu nas minhas costas, rindo.
- Viu? É por isso que eu não como em serviço.
- Muito engraçado!
- Obrigado, eu tento.
Eu fiquei olhando para a figura de Stan, com seu cabelo castanho e seus olhos escuros. Ele estava diferente agora que não era mais uma ameaça para mim. Stan parecia mais jovem e menos terrível, em sua calça jeans e sua jaqueta de couro preta. Ele ás vezes me lembrava Dimitri. Eu me dei conta de que ninguém sabia nada sobre ele. Eu nunca soube de ninguém que conhecesse Stan fora da academia, ele me parecia uma muralha intransponível. Eu resolvi arriscar.
- Stan? – ele olhou para mim e eu bebi uma golada do capuccino para tomar coragem – quantos anos você tem?
Stan sorriu e tomou um gole do café.
- Quantos anos acha que eu tenho Hathaway?
- Não faço idéia.
Na verdade, eu tinha era medo de errar e ganhar um inimigo ainda pior.
- Eu tenho trinta e dois.
Eu pensei por um momento. Stan não era tão velho quanto eu imaginava.
- Ah – eu grunhi.
- Espantada?
Eu cocei a nuca e pensei em como responder aquela pergunta.
- Na verdade, não. Olhando bem para você, eu diria que você parece mesmo ter essa idade.
Stan sorriu novamente.
- Acha que eu sou velho, Hathaway?
- Não. Bem, talvez um pouco.
Stan se afastou um pouco da multidão e eu o acompanhei.
- Não vai perguntar o que aconteceu comigo, Hathaway?
Eu bebi uma grande golada do meu capuccino para fazer rodar o pedaço de sanduiche de queijo. Impressão minha ou ele queria conversar?
- Bem, se você quiser me contar.
Stan se encostou a parede e ajeitou o cabelo.
- Eu me apaixonei por alguém, Rose. Algum tempo atrás.
Uh a história estava ficando interessante. Stan apaixonado.
- eu me apaixonei por uma moroi – ele baixou a cabeça e ajeitou o cabelo novamente – a moroi que eu protegia.
Bem, eu não era a única com escândalos amorosos, ótimo!
- Nós vivemos um romance.
Eu só não conseguia entender em que ponto a coisa tomou o outro rumo, afinal, Stan me disse que havia matado alguém que amava.
- Ela ficou grávida, Rose. Meu maior sonho seria realizado, ter um filho.
Os olhos de Stan se perderam no vazio. Ele já não estava contando nada para mim, mas confessando para si mesmo.
- Eu era o homem mais feliz do mundo. Até que minha filha nasceu.
Filha? Stan tinha uma filha? Caramba, a história era ainda mais interessante do que eu imaginava.
- Diana revoltou-se com o pai. Ela não aceitou a minha ajuda. O pai dela não aceitava que ela tivesse uma filha dhampir. Diana cometeu um erro, era acordou.
Eu sabia exatamente o que significava isso. O termo “acordar” em nosso mundo não era bom, não significava apenas despertar de uma noite de sono. “Acordar”, no nosso mundo, significava transformar-se em strigoi.
Meus olhos encontraram os de Stan. Tanto entendimento, tanta cumplicidade. Eu sabia exatamente o que isto significava. Stan continuou.
- Eu a matei, Rose. Eu enfiei uma estaca no coração dela. No coração da mulher que eu amava. Eu precisei.
Eu queria dizer a ele que eu entendia, queria dizer que ele não estava errado que eu concordava, mas eu não sabia como. Stan havia criado um muro tão alto em torno de si mesmo, que ninguém conseguia transpor.
- Eu a matei para proteger o bebê. Minha filha. Diana queria levá-la, eu não podia permitir.
Minha mão parou sobre a de Stan. Eu não sabia que reação ele teria, mas eu precisava tentar. Para minha surpresa, Stan segurou meus dedos entre os seus, era como se ele precisasse de apoio.
- O que houve com ela, Stan?
- Eu não sei.
Os olhos dele se afastaram mais um pouco. Agora, eu podia entender um pouco do que ele passava. Um pouco do que ele sentia.
- Você sabe o nome dela?
- Sim. Ela se chama Anita. Ela tem doze anos agora, Rose.
- Com quem ela ficou?
- Depois que Diana morreu. Eu a peguei e entreguei ao avô. Eu era muito jovem, não sabia o que fazer. Eu não tinha como criá-la, Rose, não tinha.
De repente, eu queria abraçar Stan. Se não estivéssemos em público, eu acho que teria mesmo abraçado.
- Tudo bem, Stan. Eu entendo.
Stan sabia que não era figura de linguagem, eu entendia mesmo o que ele queria dizer.
- Foi assim que eu conheci seu pai, Rose.
Para tudo que eu quero descer! Meu pai! Que diabos meu pai tinha a ver com isso?
- O que o meu pai tem a ver com isso?
Stan suspirou – problemas á vista.
- Diana era irmã de seu pai. Irmã caçula
Agora quem suspirava era eu. Stan tinha uma filha com a minha tia? Será que de alguma maneira, Stan era meu parente, ou coisa parecida?
Nós ficamos em silêncio por alguns minutos, não sabíamos o que dizer. Depois de algum tempo, Stan continuou.
- Seu pai está me ajudando a encontrá-la.
Ops, meu pai fazendo algo legal? E quanto a ser o chefão do submundo? De repente, eu não sabia mais o que pensar.
Stan desencostou da parede e deixou a xícara na mesa. Algo em seus olhos me dizia que a história havia terminado, pelo menos por hoje.
Lissa e Adrian saíram do salão principal. Eu tentei parecer o mais normal possível, afinal, eu não poderia contar a Lissa um segredo que na verdade era de Stan. Não sem a permissão dele.
O resto do dia, transcorreu normalmente. Lissa e Adrian treinaram por toda a tarde, o que me deu tempo livre para não fazer nada. Foi o que eu fiz. Andei pelos prédios sofisticados da corte e pensei. Pensei e pensei.
Quando voltamos para o flat, Lissa estava cansada e com dor de cabeça. Eu fiz um chá para ela e a ajudei a se deitar. Ela adormeceu em seguida.
Depois de um banho, eu adormeci também, rezando para sonhar com Dimitri.
Quando o sonho veio, eu estava em uma praia. Caminhando. Meus pés podiam sentir a água fria das ondas e a areia fina. Já fazia tantos anos que eu não ia à praia que eu deixei meus pés brincarem. Um tempo depois, uma mão pousou em meu ombro. Eu sorri.
- Dimitri. Pensei que você não viria.
Dimitri sorriu.
- Eu não fui Rose, você é que veio.
Eu não me importei, virei e o abracei. Dimitri me beijou, segurando-me no ar e rodando. Minha cabeça estava pesando, eu não conseguia relaxar. A conversa com Stan havia sido tão complexa que os assuntos ainda giravam em minha mente. Dimitri e eu caminhamos pela praia. Quando sentamos na areia, Dimitri deitou a cabeça em meu colo, enquanto eu alisava seus cabelos sedosos com as mãos.
- O que está preocupando você, Roza?
- Stan.
- Como assim, Stan? Pensei que você não gostasse dele.
- Eu não sei mais. Stan me contou algumas coisas.
Apesar de ser um sonho, eu não sabia e deveria contar ou não a Dimitri, sobre a conversa com Stan. Dimitri sorriu, enquanto me beijava.
- Ele contou a você sobre Anita?
Eu engoli em seco.
- Como você sabe?
- Eu a conheço.
Meu coração disparou.
- Como é que você conhece? Stan me disse que nunca mais a viu, desde que ela era um bebê. Você sabe onde ela está?
- Sim.
- Dimitri, me conte! Eu preciso dizer a Stan. Ele está procurando por ela. Por favor, me diga!
Dimitri pensou, apertando as sobrancelhas. Era como se ele quisesse se lembrar de algo.
- Eu não me lembro. Eu não consigo me lembrar, Roza. Eu não posso. É estranho – ele fez uma pausa – existem algumas lacunas em minha memória, eu não entendo.
Agora quem não entendia era eu.
No dia seguinte, quando eu acordei em minha cama, minha cabeça doía. Eu não entendia nada. Toda aquela conversa com Stan e o sonho com Dimitri. Ou as coisas eram muito mais confusas do que eu poderia imaginar, ou era um complô para me deixar completamente maluca. Se fosse isso, estava funcionando!
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