OI PESSOAL O BLOG ESTA PARADO TEMPORARIAMENTE
ESPERO VOLTAR EM BREVE.
BEIJOS!!!!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Coisas do Passado


Eu esfreguei meus olhos e bocejei - ultimamente eu tinha muito mais emoções dormindo do que acordada.
Lissa ainda não havia cordado quando eu me sentei na banqueta do balcão da cozinha. Não era fácil organizar meus pensamentos, mas eu precisava tentar. Eu precisava também entender algumar coisas e precisava decidir o que fazer com o que eu entendesse - o que era a parte mais dificil de tudo.
Eu não fazia idéia de como chamá-lo, mas eu sabia que precisava falar com ele, ninguém mais me entenderia como ele. Mentalizei o máximo que pude, um nome em minha cabeça: Mason.
A forma brilhante e translúcida começou a aparecer em minha frente. Mason sorriu.
- Me chamou?
- Hey, isso é legal! Então quer dizer que eu posso te chamar quando quiser.
- Pelo que vejo, sim, você pode - Mason se aproximou mais - só não abuse Hathaway, só não abuse!
Eu revirei meus olhos.
- Como se você tivesse muitas coisas importantes para fazer.
Mason sentou-se ao meu lado e bateu o ombro no meu, de leve. Por mais estranho que fosse, era muito bom tê-lo comigo novamente.
- Mase, eu preciso que me ajude a entender algumas coisas.
- Rose, não é que eu seja um "expert" em assuntos pós-morte.
- Eu sonhei com Dimitri novamente - eu o interrompi.
- Eu espero que não queira me contar os detalhes.
Eu revirei os olhos novamente.
- Claro que não garoto! Eu quero que me ajude a entender as coisas.
- E por "as coisas" eu espero que não esteja se referindo a nada romântico, hum?
- Ontem, Stan e eu conversamos um pouco sobre o passado. Coisas tristes, Mase. Stan teve uma namorada.
Mason me olhava com curiosidade enquanto eu contava a ele toda a história sobre Stan e Diana e mais curioso ainda com a parte sobre ter uma filha. No fim da história, Mason sorriu.
- Puxa! E eu que pensava que as melhores histórias eram as suas.
- Mase!
- Hey me desculpe, mas não é muito usual uma novata se apaixonar pelo instrutor!
Pensar em Dimitri, fez com que meu coração doesse. Eu baixei a cabeça e tentei engolir o bolo que se formou em minha garganta.
- Rose me perdoe. Eu não queria te fazer lembrar. Eu sou um idiota. Me perdoe. 
Levantei minha cabeça e tentei me concentrar novamente.
- Sem problemas, Mase. Eu é que sou uma idiota - eu suspirei e completei a frase - e preciso me acostumar com os fatos.
Levantei da baquenta e coloquei água na máquina de café. Nada melhor que café, para ajudar a enterrar os fantasmas do passado - e para mim, o termo "enterrar fantasmas" não era figura de linguagem. 
Eu continuei o assunto anterior com Mason, ignorando o fato de que o bolo ainda estava em minha garganta.
- Durante o sonho de ontem, Dimitri me disse que sabia onde a filha de Stan estava. O estranho Mase, é que ele não conseguia se lembrar. Eu sei que parece estranho, mas foi exatamente isso que ele me disse. Ele disse que tinha lacunas na memória.
Mason pensou um pouco, olhando o infinito. Seus olhos estavam focados em nada.
- Estranho.
- Muito!
- Sinto muito Rose, mas eu não faço a menor idéia de como te ajudar.
Algo em minha mente, de repente sussurrou um nome: Ambrose.
Eu me virei para Mason e sorri.
- Eu já sei! 
- E o que você "já sabe"?
A voz doce e meio sonolenta de Lissa fez Mason desaparecer. Ela entrou na cozinha ainda de pijama. 
- Liss, eu preciso falar com Ambrose! Você sabe onde ele está?
- Não. Mas sei quem pode te ajudar.
Eu também sabia, mas esperei ansiosamente que estivesse errada.
- Peça para Adrian, ele sempre sabe onde encontrar as pessoas.
Ambrose não trabalhava mais na corte, ou pelo menos, não exatamente. Ele ainda prestava alguns favores para a rainha Tatiana, mas não ficava o tempo todo na corte. Por mais que eu não quisesse admitir, encontrá-lo sem a ajuda de Adrian seria bem difícil.
Depois de tomarmos café, eu resolvi procurar por Adrian. Lissa não se importou em ficar, já que ela havia descoberto que Christian encontraria Mia no Café. Eu também sabia que não precisava me preocupar com ela, uma vez que ela não tinha intenção de sair da proteção das wards.
O quarto de Adrian ficava distante, no prédio principal. Eu parei em frente á porta e respirei fundo, era a segunda vez em alguns meses que eu pedia alguma coisa a ele. Não! Talvez fosse a terceira, ou a quarta. Não sei. O fato é que eu estava sempre pedindo algo e nunca oferecendo nada a ele. Sim, eu me sentia culpada. E não! Não havia nada que eu pudesse fazer a respeito. Pior que pedir algo sem oferecer nada em troca, era fazê-lo ter falsas esperanças. Bati na porta. 
- Adrian?
Ele demorou alguns minutos para responder, o que para mim mais pareceram algumas horas. Quando Adrian abriu a porta eu percebi porque - ele ainda estava usando calças de pijama e nenhuma camiseta. Adrian sorriu e ajeitou o cabelo despenteado com as mãos.
- Litlle Dhampir, a que devo a honra?
Eu não sabia por onde começar e acho que ainda estava meio em choque - hey, o cara estava seminu na minha frente! Não me culpe por perder a linha de raciocínio!
- Posso entrar? 
Adrian sorriu.
- É claro que pode Litlle Dhampir - e então ele completou - sempre que quiser.
Eu entrei no quarto e me sentei em uma poltrona de couro preto. Adrian estava de costas para mim, e quando se virou, havia um copo de whisky em sua mão.
- Não é meio cedo para isto? - eu perguntei apontando o copo.
- Café da manhã! - Adrian respondeu levantando a mão.
Antigamente, eu achava que ele era apenas um playboyzinho bêbado, mas hoje, eu sabia exatamente o que o levava a ser assim. Não era fácil controlar os poderes do espírito e esta era a maneira dele de fazer. Depois de tudo que eu havia visto e vivido, eu não culpava mais ninguém pelas decisões estranhas que tomavam.
- Eu preciso da sua ajuda.
Adrian sorriu.
- Você sempre precisa. Só não entendeu isto, ainda.
Eu suspirei, enquanto Adrian acendia um de seus cigarros.
- Do que precisa Litlle Dhampir?
- Ambrose.
- Hum? 
- Eu preciso encontrar Ambrose, Adrian. Preciso saber onde posso encontrar a bruxa.
Adrian contornou o quarto e sentou-se ao meu lado. Seu corpo estava tão próximo ao meu que eu podia sentir o calor da sua pele. Meu coração acelerou. Era estranho estar tão perto de alguém assim, depois de tanto tempo. 
- Vai me ajudar?
Adrian levantou a mão e segurou meu queixo. Seu toque delicado em minha pele fazia cócegas.
- Eu sempre ajudo Litlle Dhampir.
Eu sorri.
- Eu sei.
Assim que saí do quarto de Adrian, eu procurei por Lissa. Ela estava sentada em um dos bancos no jardim, brincando com os dedos nos cabelos.
- Falou com ele? - ela me perguntou quando sentei ao lado dela.
- Sim.
- E então?
- Ele vai me levar à casa de Ambrose.
- Ótimo!
Lissa abriu os braços e me segurou entre eles. Ela era meu porto seguro, e por mais que eu quisesse protegê-la, eu não quebraria minha promessa. 
- E você, quer vir conosco. 
O sorriso em seu rosto me dizia que ir á casa de Ambrose não estava em seus planos. Eu observei mais de perto e percebi que ela estava toda arrumada e perfumada.
- Não Rose. Acho que vou ficar por aqui mesmo.
- Vai falar com ele?
- Vou tentar.
- Quer que eu fique com você?
- Claro que não, sério! Faça o que tem que fazer e não se preocupe comigo, eu não vou a lugar algum - Lissa sorriu e continuou - e se eu tiver uma emergência, procuro Stan.
Eu sorri com ela.
- Promete?
Lissa levantou a mão direita, e colocou a esquerda no coração.
- Sim senhora, eu prometo!
Adrian veio ao meu encontro chacoalhando um chaveiro.
- Pronta?
Lissa me desejou sorte, enquanto eu a abraçava - e eu sem dúvida iria precisar.
Andamos pelo estacionamento lado a lado, até que Adrian apertou o alarme. Não que eu pensasse que Adrian dirigiria um carro qualquer, mas o conversível vermelho me impressionou. Minha expressão deve ter me denunciado porque Adrian sorriu.
- Não gostou do meu brinquedinho, Litlle Dhampir? Se quiser, podemos arranjar outro.
- Não seja bobo, Adrian. É claro que eu gostei. Qualquer um gostaria.
A viagem foi curta, tempo suficiente para duas ou três músicas de uma banda nova. Adrian não falou muito comigo e eu permaneci em silêncio também. 
- Chegamos!
Nós estávamos estacionados em frente á um complexo de prédios de apartamentos. Nada suntuoso ou sofisticado, mas parecia ser um bom lugar para se viver.
Adrian me acompanhou até um dos prédios, enquanto falava com alguém no celular. Paramos em frente á porta de número 23. Adrian não tocou a campainha, mesmo assim a porta se abriu - incrível a influência que ser o sobrinho da rainha te dá.
Ambrose abriu a porta de short e sem camisa. Seu cabelo despenteado dizia que ele não seguia mais os horários moroi. Estávamos no meio da noite humana e ele provavelmente estava dormindo.
- Entrem - disse Ambrose entre um bocejo e outro.
- Rose quer falar com você, Ambrose.
Adrian estava segurando minha mão protetoramente. Seus dedos entrelaçados com os meus, como se eu fosse uma frágil garotinha. Eu gostava deste lado de Adrian o suficiente para não soltar minha mão. 
- É bom vê-la Rose. Já faz tanto tempo.
- Sim.
- Em que eu posso ser útil?
- Preciso falar com a bruxa.
- Rose ela não atende mais e ela não é uma bruxa. É uma cartomante, e está aposentada.
Adrian tirou a carteira do bolso e sacou duas notas de cem dólares, que colocou sobre o colo de Ambrose.
- Tenho certeza de que ela pode abrir uma exceção para Rose - e então ele completou - por mim.
Ambrose pensou um pouco e suspirou algumas vezes. Depois, pegou as duas notas e colocou no bolso.
- Acho que podemos tentar.
Ele se levantou e saiu, entrando por um corredor no fim da sala. Eu aumentei a pressão na mão de Adrian.
- Não tenha medo, Litlle Dhampir, vamos resolver tudo. 
Meus olhos encontraram os dele, e eu pensei em como seria fácil me apaixonar por Adrian. Não era esforço nenhum estar ao lado dele. Especialmente nestes últimos tempos, eu gostava da sua companhia. Adrian era bonito e inteligente e se preocupava comigo de verdade. Seria fácil me apaixonar por ele. Seria fácil, seu eu não amasse outra pessoa.
Quando voltou, Ambrose estava acompanhado. A bruxa sorriu quando olhou para mim, o que fez minha espinha gelar. Ela sentou-se de frente para mim e estendeu as mãos para que eu as segurasse. Por mais que eu quisesse saber as respostas, naquele momento eu me senti insegura - na última vez que eu a vi, ela havia previsto tudo de ruim que aconteceu com Dimitri.
Adrian sorriu, me encorajando. Eu me ajeitei na cadeira e coloquei minhas mãos sobre as dela. Ela permaneceu com os olhos fechados.
- Caminho difícil que você trilha menina. Não é fácil viver em dois mundos.
Eu abri minha boca para dizer que eu tinha perguntas e que precisava das respostas, mas ela não permitiu. Antes que algum som saísse, ela continuou.
- Você tem uma escolha difícil para fazer - como se eu não soubesse.
- Ele precisa da sua ajuda, mas ainda não sabe. Cabe a você ajudá-lo, ou deixá-lo partir. Ele não consegue deixá-la, o amor é muito intenso, mas ele precisa escolher. Ele não pode continuar em dois mundos também.
Eu não queria prejudicar Mason e por mais que ele me amasse, eu sabia que precisava deixá-lo ir. Acabei me sentindo mal por tê-lo chamado esta manhã. Não era mesmo justo manter Mason por perto, apenas por que me fazia bem. Eu suspirei, enquanto a bruxa continuava.
- Procure as respostas, o tempo está acabando. Ele está perto e não vai embora sem você. Você precisa decidir logo, ou ele decidirá por você.
Espera, esta parte eu não havia conseguido entender. O que diabos Mason decidiria por mim? E é claro que ele estava perto, eu podia vê-lo! Comecei a pensar se tinha sido mesmo uma boa idéia ter vindo até aqui. A bruxa riu.
- Você vai encontrá-lo mais rápido do que imagina. E a propósito, feliz aniversário!
Eu me levantei e agradeci - por mais irritada que eu tivesse, eu não seria mal educada com a pobre mulher. 
Quando entramos no carro, Adrian olhou para mim.
- Eu não entendi uma vírgula do que ela disse. E você, Rose?
- Mais ou menos. Tudo que ela me disse, eu já sabia. 
Eu respirei fundo e decidi que era hora de contar a Adrian sobre o fantasma de Mason. Se ele iria me ajudar, então, teria que saber de tudo. Quando terminei de explicar a história toda, eu esperei que Adrian fosse, no mínimo, duvidar da minha sanidade mental, mas ele não fez. Seus olhos marrons apenas me encararam com entendimento.
- Eu já imaginava.
- Como assim, já imaginava?
- Como você sabe, eu sinto a aura das pessoas - ele fez uma pausa e suspirou - vivos e mortos - auras são cores dos espíritos, tudo que tenha um espírito, eu posso sentir.
- Então você sente Mason?
- Sim, nos seus sonhos. Quando eu tento entrar, eu sinto se você não está sozinha.
Eu engoli em seco.
- Você sente, tipo, tudo?
Adrian parou o carro e virou-se para mim.
- Seja mais especifica Litlle Dhampir.
Eu poderia ter dito: Ah claro! Eu quero saber se você pode sentir que eu estou me pegando com meu ex-instrutor strigoi de todas as maneiras imagináveis! Mas achei que não seria muito apropriado, então, eu enrolei.
- Sabe, assim, sei lá. Você consegue saber o que eu estou fazendo?
- Na maioria das vezes - Adrian parou e ajeitou o cabelo com as mãos - ultimamente, você tem tido alguns sonhos em que eu não consigo entrar. Eu imagino que você sonhe com alguém poderoso. Alguém com quem você tem uma ligação bem forte. Lissa, talvez.
Como não foi uma pergunta, eu não respondi. Mesmo porque, eu não queria mentir para ele, novamente. Para minha sorte, Adrian se focou em outro assunto. Para meu azar, o assunto em questão era quase tão constrangedor quanto - meu aniversário! 
- Então, Litlle Dhampir, porque não me disse que era seu aniversário?
- Porque não é. 
Adrian me encarou. Depois de um tempo, fica difícil esconder meus verdadeiros pensamentos atrás do sarcasmo.
- Okay Adrian, meu aniversário é amanhã. E não, eu não pretendo comemorar de nenhuma maneira, como sempre.
- Não se trata de uma escolha, Litlle Dhampir.
Eu não respondi nada, mesmo porque, assim que ele conversasse com Lissa eu seria mesmo foto vencido. E de mais a mais, já fazia tanto tempo que eu não saia para me divertir, que seria interessante.
Quando chegamos ao estacionamento, Adrian desceu e abriu a porta para mim novamente. Ele ficou ali, parado na minha frente, segurando minha mão. Seu olhar me prendia, por mais que eu quisesse fugir.
- Sinto muito que a bruxa não tenha ajudado.
Eu o fitei por um longo tempo.
- Talvez tenha que ser assim, Adrian. Talvez seja só isso. As vezes eu penso que estou me enganando. 
Os braços de Adrian me envolveram e eu descansei minha cabeça em seu peito. Ultimamente eu tinha tão pouco tempo para me sentir amparada que era bom estar com ele. 
- Eu vou estar com você, Rose. Eu prometi e vou cumprir.
Uma lágrima quente escorreu dos meus olhos, e Adrian a secou. Naquele momento, ele parecia tão certo, tão bom, que eu não resisti. Quando Adrian aproximou o rosto do meu, eu não me afastei. Seus lábios roçaram suavemente os meus, e eu permiti. Permiti que sua boca se firmasse mais contra a minha. Permiti que seus lábios se abrissem um pouco e explorassem os meus. Com meus olhos fechados e apenas senti. As mãos em minhas costas me puxaram mais para perto. Minhas mãos em seus cabelos deslizando suavemente pelos fios. Doce e suave, como Adrian conseguia ser, quando queria.
- Hãn... hãn... - Um pigarrear próximo me vez voltar á realidade.

0 comentários:

Postar um comentário

Não esqueça de comentar
seu comentario ajuda os autores e prestigia o nosso blog.

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More