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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Capitulo 10


Depois de me recompor física e emocionalmente, eu caminhei pelo estacionamento.
Com as mãos nos bolsos da calça jeans e um suéter vermelho, eu chutei todas as pedrinhas que pude com o bico do meu tênis - Stan estava demorando e se ele continuasse assim, eu provavelmente teria um colapso.
-           Chegou cedo, Hathaway?
                      Eu dei um pulo - alguém poderia me explicar como ele conseguia se mover por um chão cheio de pedras sem fazer nem um mísero barulhinho?
-           Achei que o caminho até as montanhas fosse longo – eu o provoquei.
    Stan sorriu.
-           Entre no carro.
                      Eu entrei no volvo preto e Stan ligou o motor. Permaneci em silêncio mais por falta do que dizer, do que por vontade mesmo - ficar nervosa me transformava em uma tagarela compulsiva.
            Tamborilei no console do carro com os dedos, enquanto procurava uma estação de rádio.
-           Pare com isso, você está me desconcentrando – Stan resmungou.
Que tipo de homem era aquele que com trinta e poucos anos ainda precisava de concentração para dirigir? – guardei os comentários para mim mesma.
            Depois de duas músicas bregas, eu não agüentei.
-           Como conseguiu?
          Stan continuou dirigindo como se eu não tivesse dito nada.
-           Hey, responda a pergunta! Foi uma pergunta simples.
-           Para alguém que precisa de ajuda, você pergunta demais. Eu já disse.
          Funguei comigo mesma e virei a cabeça para a estrada de novo.
-           Adrian.
-           O quê?
-           Adrian conseguiu. Ele falou com a rainha, e ela é claro, permitiu que entrássemos na prisão.
-           E como vamos fazer com que Victor fale conosco?
Stan deu um sorriso malicioso.
-           Essa parte é comigo.
          Estávamos no meio do dia, quando eu avistei uma casinha com dois grandes arcos amarelos na entrada. Meu estômago começou a reclamar no mesmo instante, reconhecendo o lugar de imediato.
-         Podemos fazer uma paradinha?
Posso passar em um drive thru e você pega algo para comer.
-           Tem uma coisa que não dá para fazer no drive, Stan, sinto muito.
Stan suspirou e encostou o carro perto da entrada do mc’donalds. Entrei e fui ao banheiro, depois peguei meu lanche – com uma porção extra de batatas fritas – e me sentei na mureta do jardim, onde Stan estava.
-           Essa porcaria ainda vai matar você.
-           Então, eu vou morrer feliz! – eu respondi com a boca tão cheia, que um pedacinho de batata pulou para fora.
Stan balançou a cabeça de um lado para o outro e tirou os óculos de sol, limpando os olhos com as costas das mãos.
-           Ás vezes eu penso nas coisas que ela provavelmente gosta – não era de mim que ele estava falando, sem dúvida, por isso, deixei ele continuar – eu gostaria de saber.
-           Tenho certeza de que ela gosta disto – eu apontei para o pacote de batatas.
Stan sorriu.
-         É eu acho que tem razão.
Ele baixou os olhos e colocou os óculos no lugar novamente.
-           Queria saber como ela é. Queria saber com quem se parece. Talvez se pareça com a mãe – ele fez uma pausa e suspirou. Quando olhou para mim novamente, seu semblante era mais alegre – talvez se pareça com você!
Eu pensei um pouco – talvez Anita realmente se pareça comigo, afinal, nós somos primas, certo? – seria legal encontrar alguém da família, exceto a incrível Jeanine Hathaway e o “Senhor Sub Mundo”. Sorri e dei um soquinho no ombro de Stan.
-           Isso seria horrível, não é?
-           Sim, isso seria. Eu tenho pesadelos todas as noites com isso.
Terminei meu lanche com um clima um pouco mais agradável – pelo menos o restante da viagem seria divertido.
Com o anoitecer, chegamos a prisão nas montanhas para a qual Victor havia sido mandado depois do julgamento. O lugar era imenso e suficientemente suntuoso para que ninguém suspeitasse de que se tratava de uma prisão. Para mim, estava mais para casa de veraneio da rainha, do que qualquer outra coisa.
          O lugar era uma construção do século passado, com grandes portões de ferro fundido e altas torres. Na frente da mansão, via-se um belo jardim, como se alguém morasse ali por vontade própria. Confesso que me irritou bastante. Quer dizer, o cara havia feito tudo o que fez e ao invés de sofrer em um buraco de dois por dois estava ali, aproveitando o clima fresco das montanhas.
-           Não seja tão má, Hathaway – a voz de Stan cortou meus pensamentos.
-           Está lendo pensamentos agora, Stan?
-           Não preciso. Você é obvia demais.
-           Ah obrigado!
O som de passos vindo em nossa direção, calou a pequena discussão. Quando a figura começou a se projetar no corredor, eu senti um arrepio percorrer minha espinha. Era um damphir, como eu – bom, não exatamente como eu, o homem devia medir uns dois metros fácil, fácil e tinha mais músculos do que qualquer outro que eu já vi. Ele também tinha os olhos mais assustares que eu já tinha visto, junto com uma cicatriz imensa na bochecha esquerda.
Dei um passo para o lado de Stan, só para garantir.
-            Scarface! – Stan o cumprimentou.
Scarface? Que original!  - outro comentário que guardei para mim mesma, é claro.
-           Stan! É bom vê-lo depois de tanto tempo.
            Stan sorriu levemente, e algo em seu sorriso me disse que o “tempo” a que o os dois se referiam eram lembranças dolorosas para ambos.
            Scarface nos acompanhou até dentro do complexo. A visão do interior era bem diferente do exterior. Tudo era muito cinza e absolutamente sem vida. Grades em todos os lugares e luzes fracas e difusas – o lugar era mesmo entristecedor. Não importa o quanto alguém foi mal, viver num lugar como aquele deveria ser um castigo e tanto.
            Subimos por uma escada estreita, mais ou menos três andares, até o alto de uma das torres. Quando chegamos à uma ante-sala, um outro dhampir, um pouco mais baixo e amável nos cumprimentou.
-           Então são vocês que querem falar com o príncipe Victor?
Eu já me preparava para responder, quando Stan me lançou um daqueles olhares de “deixe que eu falo”. Eu deixei.
-           A rainha autorizou a visita, Ruther. – Scarface respondeu na frente.
O guardião mais baixo olhou para mim e sorriu. Ele era muito jovem, talvez um ou dois anos mais velho que eu. Seu corpo era musculoso e bem definido, mas discreto. Seus olhos eram de um azul profundo, em contraste com o cabelo negro – algo nele me lembrava Christian. Credo!
-           Então você deve ser Rose?
Eu dei uma olhadinha de canto para Stan. Não que eu estivesse com medo – e sim, eu estava – mas é que eu não queria dizer nenhuma bobagem.
-           Sim – Stan respondeu, dando um passo mais para perto de mim – está é a guardiã Hathaway.
Ruther estendeu a mão para me cumprimentar e eu a segurei. Ele inspirava confiança, bem diferente do “tal Scarface” que me parecia mais um matador de aluguel do que um guardião!
-           Agora se nos der licença – Scarface interrompeu – tenho certeza de que a guardiã Hathaway tem mais interesse em resolver o que veio fazer do que ficar de papo com você.
Uh, essa doeu!
Ruther me lançou um sorriso amarelo, enquanto se afastava do nosso caminho.
Stan, Scarface e eu entramos em um corredor escuro que dava em uma pequena câmara. Lá no fundo, havia um pequeno quarto. Percebi que as grades estavam destrancadas.
-           Não se preocupe, ele não pode mais fugir – Stan me respondeu.
          Quando olhei no canto do quarto, senti uma pontinha de tristeza – Victor estava lá, deitado meio sem jeito em uma maca. Seus cabelos não existiam mais. Sua careca reluzia na pequena luz da parede. A pele parecia ressecada e envelhecida. Ele estava em um estado miserável, definhando. Engoli o ar de uma só vez – “Lissa. Pense em tudo que ele fez com Lissa! Pense nas coisas horríveis que ele a fez passar!” Eu obrigava minha mente.
          Por mais que eu quisesse pensar apenas no homem horrível que estava ali, aquele lugar tão triste e deprimente me fez ter pena.
          Stan pousou a mão em meu ombro, protetoramente, no mesmo instante em que Victor se virou.
***

          O guardião dos cabelos escuros esperou que todos entrassem na câmara do condenado. O que quer que fosse que ele precisava fazer, teria que ser em segredo.
          Quando ouviu a porta de ferro ser aberta e depois fechada novamente, soube que levaria um tempo para que saíssem.
          Enfiou a mão no bolso do casaco e pegou o celular. Depois de três toques, uma voz grossa e rouca atendeu:
-         O que quer Ruther? Não sabe que está interrompendo meu descanso?
-         Perdão meu Senhor, mas tenho novidades.
-         Espero que sejam interessantes, ou eu mesmo vou até aí e arranco sua cabeça, moleque insolente!
-           Ela veio, meu Senhor. A garota. A tal Shadow Kiss! Veio procurar pelo príncipe Dashkov.
O guardião só ouviu o silêncio por alguns momentos.
-           Perfeito! – o som gutural fez com que os pelos de sua nuca se eriçassem –continue mantendo-me informado. 
-           E quanto ao prisioneiro?
-           Continue mantendo medicado, não quero ter surpresas.

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