Capitulo 8

• Rose’s POV

Eu me perguntava que diabos tinha acabado de acontecer. Era impressão minha ou Dimitri Belikov tinha me chamado para sair?

Eu ainda olhava para a direção que ele tinha saido quando alguém passou a mão na frente dos meus olhos.

“Rose!”

O movimento da mão e a voz me chamando me fez virar em direção da pessoa que falava.

“Oi Lissa, tudo bem?”

“Tudo bem? Eu que te pergunto se está tudo bem Rosemarie Hathaway, você esta parada na porta da sala de aula, sendo empurrada de um lado para o outro pelos os alunos que entram e saem, mas nunca sem deixar de olhar para o nada.”

“Eu só estava pensando.” A respondi enquanto me encaminhava para a proxima aula, que nós tinhamos juntas.

“Pensando? Deve ser um bom pensamento, pra te deixar desse jeito.” Lissa me perguntou daquele jeito ‘eu to fingindo desinteresse mas na verdade eu quero saber de tudo’.

“Muito bom, Lissa. Muito bom.”Disse quando chegamos a sala.

“Então fala logo, Rose. Por favor.” Mas para a infelicidade dela o professor escolheu essa hora para começar a aula, eu apenas disse ‘no almoço’ sem som para ela que assentiu com a cabeça.

As aulas que se seguiram até o almoço foram terrivelmente chatas e demoradas, agora eu me encontrava indo em direção ao refeitório me encontrar com Lissa, já que nós não tinhamos aulas juntas antes do almoço.

Assim que entrei na cafeteria procurei entre as mesas mas não vi Lissa e nem Dimitri, esse eu não via desdo final da minha primeira aula, fui em direção da onde se encontrava as comidas e peguei uma simples fatia de pizza e me sentei em uma mesa qualquer.Pouco tempo depois eu já não estava sozinha.

“Pode começar a falar Rose, esse suspense todo está me matando.” Lissa disse se sentando a minha frente, eu não pude evitar o sorriso que se formou em meu rosto.

“Eu acho que Dimitri me chamou para sair.”

“Dimitri Belikov te chamou para sair?” Lissa estava quase gritando incrédula.

“Lissa, menos, e eu disse que acho que ele me chamou para sair.”

“Não existe acho, ou ele chamou ou não, como foi?”

“Ele peguntou o que eu ia fazer hoje a noite, e eu disse que nada, ai ele perguntou se podia me encontrar no meu quarto as seis da noite.”

“E você disse que sim?”

“Foi.”

“Então é um encontro, não importa onde vocês fiquem, ele marcou um horário com você e é isso que importa.” Disse Lissa debruçada na mesa me olhando seriamente, e então um sorriso se abriu em seu rosto e ela estava rindo se jogando para trás, “Ai.Meu.Deus, imagina quando a Tasha descobrir isso!”

“Quando Tasha descobrir o que Lissa?” Perguntou Becky que tinha acabado de chegar na nossa mesa e já ia se sentando. Lissa me olhou como pedisse permissão e eu apenas dei de ombros.

“Dimitri marcou de se encontrar com Rose.”

“Belikov?” Becky perguntou me olhando.

“Sim.” Foi a única coisa que eu respondi.

“Dimitri Belikov? O melhor aprendiz de sombra desse lugar? O senhor certinho? Esse Dimitri Belikov?”

Eu bufei, “Quantos Dimitris Belikovs tem nesse lugar?”

“Um só.” Becky me respondeu.

“Então é óbvio que é esse.”

“Rosemarie Hathaway, eu sou sua fã!” Becky exclamou audivelmente para todos que estavam no refeitório, enquanto socava o ar.

Nessa hora André, Eddie e Mason se aproximavam da mesa, os três com uma expressão confusa e ao mesmo tempo curiosa.

“Porque você virou fã da Rose, baby?” André perguntou enquanto se sentava ao lado da Becky, me deixando entre Eddie e Mason.

“Porque...” Ela começou mas eu logo a interrompi, não querendo que ela falasse qualquer coisa sobre meu encontro com Dimitri.

“Porque eu tirei um A+ no Stan.”

“Você, Rosemarie Hathaway tirou 100% em alguma coisa?” Eddie me perguntou visivelmente divertido com tudo isso.

“Foi. Algum problema?” Perguntei fazendo minha melhor cara de gangster, que pelo visto funcionou porque eu podia jurar que o vi tremer.

“Problema nenhum, Rose, só estou surpreso.”

“Sei.” Qualquer outra coisa que eu quisesse dizer foi esquecida, porque Lissa escolheu esse momento para me chutar por debaixo da mesa e apontar discretamente com a cabeça para Dimitri que estava vindo em nossa direção.

“Rose.” Ele disse depois de acenar com a cabeça para todos que estavam na mesa.

“Dimtri.” Respondi tentando soar normal quando por dentro o pequeno sentimento de medo tomava conta de mim, será que ele veio aqui desmarcar comigo?

“Eu só vim confirmar que seis horas eu te pego no seu quarto.” Disse ele espantando qualquer vestigio de medo.

“Tá mas, Dimitri, é o curfew?”

“Não se preocupe com isso.” E piscando para mim ele saiu da cafeteria, deixando todos os meninos da mesa o olhando sem entender nada e Lissa e Becky tentando esconder o riso.

“Mas que diabos foi isso que acabou de acontecer?” André foi o primeiro a se recuperar.

“Aquele era o Dimitri Belikov, ou eu tive uma ilusão?” Perguntou Eddie.

“O Belikov te chamou para sair?” A pergunta de Mason fez com que todos me olhassem.

“Foi.” Eu disse fazendo que Eddie abrisse um sorriso e balançasse a cabeça, Mason me olhava de cara fechada e como se tentasse me decifrar, já André...

“Eu quero ver a cara da Ozera quando ela descobrir isso.” Disse entre as altas gargalhadas que dava.

“Foi isso que eu disse, querido irmãozinho.” Lissa disse lhe dando um sorriso.

“Não teve A+ nenhum, não é?” André perguntou olhando para Becky, essa apenas sorriu e isso bastou para ele, “Oh Rose, eu sempre soube que não tinha A+ nenhum, você e Stan são incompatíveis, isso faz que ele nunca dê um 100% pra você, mas quem precisa tirar nota máxima com Stan quando você consegue fazer com que Dimitri Belikov, o certinho, te chame para sair desafiando o curfew? Eu sou seu fã, bate aqui.” Disse ele levantando a mão para que eu batesse, isso fez com que rissemos até mesmo Mason que até pouco tempo estava de cara fechada.

“Tá, chega desse assunto.” Disse depois de conseguir controlar meus risos.

“Owww...Rose está com vergonha.” Eddie falou enquanto apertava uma das minhas boxexas, dei um tapa tirando sua mão de lá.

“Não é nada disso, mas daqui a pouco alguém pode passar pela mesa e ouvir, estragando tudo.”

“Okay, okay.. nós nos rendemos.” Eddie disse com as duas mãos para cima em um claro sinal de rendição.

Nós passamos o resto do almoço falando de nada em específico, mas em certos momentos eu podia sentir Mason me olhando e nas poucas vezes que o peguei no flagra ele estava com um semblante carrancudo, antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa o sinal tocou.

“Ótimo, só mais duas aulas agora.” Disse enquanto me levantava.

“É, ótimo mais duas aulas até seu encontrozinho ...” André começou mas parou assim que viu meu olhar assassino para ele.

“Eu já disse que esse assunto morreu.”

Isso o fez sorrir e passar um dos braços por meu ombro, “Querida Rosemarie Hathaway, esse é um assunto que vai entrar para a história.”

Bufei, “Não sei porque tudo isso, se ele já namorou com a vacasha.”

“Vacasha?” André gargalhou, “Você é adorável Rose. Mas sim, é eles namoraram “ disse ele dando de ombros, “Mas ele não desafiava as regras.”

“Como assim?”

“Oh Rose, Dimitri é um daqueles caras que botam o trabalho em primeiro lugar, no caso dele o treinamento pra ser um guardião, ele só ficava com como é mesmo? Ah sim, Vacasha..bem eles só ficavam juntos no almoço e nos poucos tempos vagos que ele arranjava, já por  você minha pequena ele está desafiando as regras, até mesmo quebrando-as, por isso que vai entrar pra história.”

E me dando um beijo na testa saiu, e quando olhei em volta percebi que estava na porta da minha sala de aula, não notei que já tinhamos saido do refeitório e muito menos que estavamos só nós dois, dei de ombros e respirei fundo entrando na sala, como já tinha dito, mas duas aulas me restavam.   

Como se tivesse decidido me torturar o tempo parecia não passar, eu já olhava o relógio por meia hora, mas parecia mais quatro horas. Faltavam cinco dolorosos e longos segundos para o final da minha última aula, e eu já não sabia o que fazer para o tempo passar. 

Decidi voltar a desenhar no meu caderno e escrever coisas sem ligação, mas não consegui tirar meus olhos do relógio por muito tempo e sem notar eu já encarava aqueles malditos ponteiros novamente, dessa vez três minutos me separavam da minha liberdade, e agora com a proximação das quatro horas um pequeno receio se instalava no meu organismo ao mesmo tempo que a curiosidade e a ansiedade cresciam, não saber para onde iria com Dimitri e o que iriamos fazer me deixava em um misto de emoções. E então, o sinal indicando o início do final de semana tocou, me fazendo pular e ser uma das primeiras a sair da sala, tamanha a rapidez que eu saí da sala não pude evitar me esbarrar em alguém, o que fez que todo o meu material fosse para o chão.

“Para que essa pressa toda, Rose?” Um divertido Mason me perguntava, enquanto me ajudava a pegar meu material.

“Pressa para sair dessas aulas, eu não aguento mais!” Exclamei quando já estava de pé, pegando meus livros e caderno que Mason me oferecia.

“É isso mesmo, ou essa pressa tem outro nome?”

Eu o olhei intrigada, “O que você quer dizer com isso, Mason?”

“Dimitri Belikov, se encontrinho com ele é o motivo de tudo isso, não?”

“Eu já disse, não tem encontro nenhum, ele apenas disse que ia passar no meu quarto, e isso pode ter um milhão de motivos, cada uma mais improvavél que a outra, mas vindo de Dimitri eu não duvido nada que seja uma lição de vida zen.” Disse tentando convencer a mim mesma que não tinha motivo para ficar nervosa, que eu não ia ter um encontro com Dimitri.

“Lição de vida zen?” Mason perguntou retroricamente, dando uma risada sarcástica, “Eu sei bem a lição que ele vai te dar.”

Com essas palavras, Mason conseguiu que eu só visse vermelho, “Escuta Mason, que eu só vou falar uma vez...” disse e pude sentir uma sensação diferente tomando conta da minha mente, “não tem nada acontecendo entre eu e Dimitri, não tem encontro nenhum, então contenha-se.”

“Claro Rose.” Disse ele assentindo com a cabeça, me fazendo piscar em surpresa a súbita mudança de opinião dele.

“Hã... então, eu vou indo.” Disse já me afastando, mas pude ouvi-lo falar um tchau para mim. Com tudo isso eu só tinha certeza de uma coisa, Mason sofria de disturbios piscicológicos.

O caminho para o dormitório estava vazio, assim como o próprio dormitório. O que me fez pensar que: todos estavam aproveitando a sexta-feira do jeito que podiam, antes do curfew. Afinal era alguns poucos corajosos que quebravam essa regra, sorri com o pensamento que eu era uma dessas poucas pessoas, e que hoje eu a quebraria junto com Dimitri.

Por causa do pequeno acontecimento com Mason, cheguei ao meu quarto já eram quatro e meia da tarde, suspirando audivelmente entrei no banheiro para começar a me arrumar.

Meia hora depois eu saía do banho, apenas para encontrar Lissa sentada na minha cama dando opiniões para Becky que estava tirando roupas do meu closet e fazendo combinações com elas.

“Rose, graças a Deus!” Becky exclamou quando me viu parada no meio do quarto, “O que você está fazendo aí parada? Nós só temos uma hora para te deixar perfeita!”

“Mas...”

“Sem mas... enquanto a Becky escolher a sua roupa, eu vou fazer sua maquiagem e cabelo.” Foi a vez de Lissa falar me lançando um sorriso enquanto se levantava graciosamente da cama e vinha na minha direção.

Respirei fundo e deixei que Lissa me guiasse para a minha penteadeira, que agora eu via estar cheia de maquiagem e produtos para o cabelo, uma vez sentada na cadeira fechei os olhos e deixei que elas brincassem de barbie comigo.

Quarenta e cinco minutos depois, após uma série de puxões no meu cabelo, muitos comentários sobre cores que combinavam comigo, barulhos de roupa sendo jogadas, eu pude reparar pelo espelho que estava na minha frente que minha cama estava tomada por roupas em cima dela e que pés de sapatos estavam jogados no chão, e pude ver também Becky e Lissa batendo na mão uma da outra comemorando o trabalho delas, e eu tive que sorrir.

Afastada o suficiênte do espelho para que eu pudesse me ver de corpo inteiro, com uma calça jeans justa no meu corpo, uma blusa vermelha de decote em V e mangas ccompridas, e com uma sándalia igualmente vermelha de tiras e salto alto, Becky tinha feito um ótimo trabalho ao me vestir, fazendo com que eu estivesse bem arrumada de uma maneira simples, a maquiagem simples de Lissa que dava destaque aps ,eis olhos, assim como os cachos espalhados nas pontas do meu cabelo davam o toque final na minha produção.

“Você está linda, Rose.” Disse uma Lissa sorridente

“Graças a vocês.” Disse me virando para elas e as puxando para um abraço coletivo.

“Eu quero saber de tudo depois.”Becky falou, uma vez fora do abraço, se jogando na cama por cima das roupas.

“Somos duas, então.” Lissa avisou, enquanto eu entrava no closet.

“Sim senhoras, senhoras.” Disse rindo quando estava de volta no quarto.    

“O que é isso na sua mão? Com tanto casaco bonito, você vai levar um sobretudo?Não mesmo.”Disse uma Becky raivosa, já de pé na minha frente.

“Calma, não é meu.”

“Não?” Ela perguntou confusa.

“Nope... é do Dimitri, eu só vou devolver.”

“O que você ta fazendo com o sobretudo do Dimitri?” Lissa me perguntou, mas antes que eu pudesse responder ouvimos alguém bater na porta.

“Longa história.” Falei antes de abrir a porta e ter a visão de uma das coisas mais lindas do mundo.

Dimitri estava parado na porta do meu quarto, com a cabeça meio baixa, o que me deixou olhar todo o seu corpo sem ser percebida, e ele estava perfeito! Como uma calça jeans, tênis e uma blusa preta podem cair tão bem em um garoto?

“Oi Rose.” Dimitri disse

“O-oi Dimitri.” Minha pequena gaguejeira o fez sorrir.

“Pronta?”

“Er...”Começei olhando rapidamente e disfarçadamente para trás, vendo Lissa me dando um sinal de positivo e Becky me enxotando com as mãos, “Sim, estou pronta.”

Mais uma vez ele sorriu e estendeu a mão para que eu pegasse, para depois entralaçar nossos dedos.

Era impossível não notar que todos olhavam para nós e para nossas mãos dadas, mas nem eu nem ele nos importavamos.

“Dimitri, eu to segurando mas quase esqueci, toma.” Disse estendendo o sobretudo para ele, quando chegamos a porta do dormitório.

Ele me olhou e sorriu, “Eu acho que você vai precisar mais do que eu.”, falou olhando para a blusa que eu usava e depois para o movimento que as folhas das árvores faziam, denunciando o vento forte.

“Er...”

“Vamos logo Rose, nós vamos andar um pouco mais.” disse ele, pegando o sobretudo da minha mão e me ajudando a coloca-lo, “Agora sim, vamos.” Falou pegando minha mão e me guiando em direção a floresta.

“Para onde nós estamos indo, Dimitri?” Perguntei falhando em não soar curiosa.

“Não confia em mim, Rose?” Ele falou com o olhar preso no caminho que seguiamos.

“Claro que confio.”

“Então acalme-se.” Disse piscando para mim.

Nós andamos por mais ou menos uns cinco minutos em silêncio, um silêncio confortável que só era quebrado pelo som dos nossos passos nas folhas que estavam caidas no chão, e o barulho do vento.

“Chegamos.” Dimitri disse, e então eu vi a cabana que meu pai tinha se instalado na minha frente.

Como ainda estavamos de mãos dadas, Dimitri me puxou delicadamente para a cabana, e abriu e manteve a porta aberta para que eu passasse, e o que eu vi me pegou completamente desprevinida.

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