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quarta-feira, 4 de maio de 2011

Capitulo 12

Uma Chance


Encontrei Stan no corredor. Os braços cruzados sobre o peito, enquanto conversava descontraído com Scarface. Naquele momento ele parecia tão diferente do Stan de sempre. Deixei meus olhos percorrerem todo ele – em algum tempo, antes de todo o sofrimento, Stan deveria ter sido um cara legal. Seus olhos eram tão ternos e expressivos e sua boca ficava muito mais bonita arqueada em um sorriso. Fiquei pensando como teria sido, se tudo tivesse dado certo para ele. Se ele não tivesse perdido tantas coisas importantes. Onde quer que estivesse, Anita era uma garota de sorte. Ela tinha uma coisa que eu nunca tive, alguém para contar. Stan seria um pai maravilhoso.
Uma mão pesada descansou sobre meu ombro.
-           Então, como foram as coisas com o príncipe Dashkov? Sabe, ele não costuma receber ninguém. Você deve ser importante para ele.
            Quando me virei, encontrei Ruther.
-           Tudo bem – eu respondi.
-            Conseguiu o que queria?
-           Sim, consegui.
-           Ótimo! Fico feliz por você.
-           Vejo que ganhou mais um admirador, Hathaway – Stan nos interrompeu.
Os olhos de Scarface eram duros para Ruther. O garoto ficou completamente sem jeito e eu também. Ele se despediu discretamente e saiu.
-           Você assustou o garoto, Stan! – eu o critiquei.
-           Melhor assim – ele respondeu.
-           Não confio nele – a voz grave de Scarface se sobre pôs.
-           Você não confia em ninguém, Scar! – Stan brincou.
-           Tenho meus motivos.

***
O guardião caminhou pelo corredor até que não pudessem mais ouvi-lo. Sacando novamente o telefone do bolso, apertou a tecla de rediscagem.
-           Meu senhor, ela conseguiu. Sabe a localização do prisioneiro.
-           Perfeito!
-           O que devo fazer, meu senhor?
-           Eliminar as provas.
-           Tem certeza, meu senhor?
-            Absolutamente. Ela não deve encontrá-lo, nunca! Ou perderemos nossa chance!

***

            Stan se despediu do tal Scarface e em alguns minutos, estávamos no carro novamente.
-           O que conseguiu Hathaway?
-           Victor vai ser transferido.
-           Foi o que eu imaginei. Scar disse a mesma coisa.
-           Não gostei desse tal de Scar!
-           Você não gosta de mim também, então, acho que está tudo certo.
-           Não é bem assim! E ele tem cara de psicopata!
Stan riu.
-           Então você gosta de mim?
-           Claro que não! – eu brinquei.
-           Ótimo!
            Ficamos em silêncio por um tempo.
-           Scar é meu amigo, um dos poucos.
-           Achei que “Stan o terrível” não tivesse amigos.
-           Não tenho mais, todos se foram. Scar faz parte de outro tempo.
-           Longa história? – eu perguntei.
-           Nem tanto. Scar e eu nos formamos juntos e fomos trabalhar para a família de Diana, os dois juntos. A situação acabou por nos tornar cúmplices. Scar sempre esteve ao meu lado – Stan fez uma pausa e olhou o horizonte – até nos piores momentos. Como você sabe, não é fácil matar um strigoi, especialmente quando o amamos – agora era eu quem olhava o horizonte – graças a ele, eu estou aqui e ela não.
            Eu não perguntei mais nada porque os detalhes provavelmente eram dolorosos e eu definitivamente já tinha minha cota pessoal de dor. Stan também não era do tipo que gostava de falar muito, então, eu soube que a “sessão nostalgia” havia acabado.
-           Ele está preocupado – Stan cortou o silêncio.
-           Por quê?
-           Scar acha que tem um traidor entre eles.
-           Puxa!
-           Ele vai conosco.
Eu engoli em seco.
-           Onde?
-           Não sei ainda, mas você sabe.
De jeito nenhum eu permitiria que uma versão supersize de “Stan o terrível” nos acompanhasse!
-           Stan... – ele me interrompeu.
-           Não é uma discussão Hathaway, é uma afirmação.
Fiz um bico gigantesco e cruzei os braços no peito – nada do que eu falasse mudaria a opinião de Stan.
             Chegamos à academia com o anoitecer. Assim que o carro parou no estacionamento, eu corri para Lissa.
-           Liss, Liss! – eu entrei correndo.
            Oh, oh! Um par de jeans masculinos jogando sobre a poltrona me disse que eu não deveria entrar no quarto dela sem bater!
            Ao lado do jeans havia uma blusa de moleton preta com capuz – Christian! Tanto tempo depois e o garoto ainda se escondia atrás do capuz! Bom, pelo menos Lissa estava feliz.
            Fechei a porta com cuidado e caminhei um pouco. Toda esta história de Sibéria e Victor e Dimitri, me deixava ansiosa. Depois de um tempo, decidi que precisava conversar com alguém. Fui procurar por Adrian. Parei na porta e dei uma ajeitada no cabelo – a ultima coisa que eu precisava era estar parecendo uma louca descabelada!
-           Little Dhampir, entre!
            Eu entrei e fechei a porta.
-            Obrigado Adrian. Foi muito gentil de sua parte me ajudar com Victor.
Ele sorriu, deslizando a mão pelo cabelo castanho. Adrian usava calças caqui e uma camisa azul. Sobre seus ombros havia um suéter azul um pouco mais escuro que a camisa. Deixei meus olhos encontrarem os dele. Seu rosto estava sereno e iluminado, enquanto um par de presas brancas brilhava em seus lábios. Ele se aproximou e colocou as mãos em meus ombros.
-           Eu sempre cumpro minhas promessas, Rose, sempre.
            Isso era verdade! Desde que havia me prometido ajuda, Adrian sempre cumpriu. Às vezes eu até me sentia culpada por isso.
-           Então, quando vamos partir?
-           Como assim, vamos?
-           Acabei de falar com Stan. A Sibéria é ótima nesta época do ano.
-           Adrian. Não podemos levá-lo – eu olhei em seus olhos – é perigoso.
            Adrian riu enquanto tirava um cigarro do bolso.
-           Fico feliz que se preocupe comigo, Little Dhampir, mas não se trata de uma discussão.
Será que esta era a frase do dia? Será que alguém me deixaria pelo menos escolher que roupas eu levaria? E por último, mas não menos importante, será que alguém se lembrava que o propósito da viagem era meu?
-           Precisa me dizer quando quer ir, Rose, tenho que reservar a pista e o avião.
            E lá se vai mais uma vantagem em ser amiga do sobrinho da rainha!
            Antes que eu pudesse responder alguma coisa, Lissa chamou da porta, com Christian ao seu lado. Pelo jeito, os dois estavam mesmo levando á sério a história de ser “casual”. Quem os visse agora não diria que estavam fazendo o que eu vi que estavam!
            Adrian abriu a porta e ela correu para mim.
-           Ah Rose, graças a Deus você está bem! Stan me disse que ficou sozinha com Victor.
-           Hey, calma Liss! Eu disse, tudo certo!
            Ela me soltou um pouco e segurou minha mão.
-           Então, quando vamos para a Sibéria?
            Meu queixo caiu no chão!
-           Em hipótese alguma você para a Sibéria! – eu repliquei.
            Lissa fez aquela cara de choro que acabava comigo.
-           Por quê?
-           Porque é perigoso!
-           Adrian vai!
-           Contra minha vontade. – eu enfatizei.
-           Rose, por favor? – ela choramingou
-           Não Liss! Sem chance!
-           Mas se você e Stan vão, quem vai me proteger?
            Uh golpe baixo de novo!
Meus olhos encontraram os de Christian, e eu implorei mentalmente que mais uma vez o garoto se mostrasse esperto e me ajudasse.
-           Não me olhe assim! Eu sinceramente já fiz tudo que podia, mas você sabe como ela é!
            Pela cena que eu vi no flat, o “tudo” dele era “tudo” mesmo!
            Eu ainda queria saber como foi que Stan conseguiu espalhar tudo isto tão rápido!
-           Se você for, e preste bem atenção ao “se”, você vai prometer que ficará no hotel – eu olhei de Lissa para Adrian - junto com Adrian! A última coisa que preciso é ter que me preocupar com a segurança dos dois!
Lissa sorriu, os olhos brilhando em êxtase.
-            Prometido.
-           E você Adrian, promete?
Adrian estreitou as mãos em minha cintura e me puxou para seu peito.
-           Só se eu puder ter um quarto ao lado do seu, Lttle Dhampir, com uma porta de ligação.
-           Não seja bobo Adrian!
-           Pelo menos o quarto ao lado.
-           Okay, o quarto ao lado, então.
-           Bom, quando eu devo arrumar as malas?  - a voz de Christian cortou Adrian.
Quando eu olhei para ele, Christian deu um daqueles sorrisos zombadores que tanto me irritavam.
-           Não seja boba Hathaway, você sabe muito bem que eu sei me cuidar sozinho. Além disso, eu posso ser útil, sabe, para proteger Lissa.
            Ponto interessante! Desde que tinha aprendido a controlar melhor sua mágica, Christian era mesmo útil.
-            Amanhã! Amanhã pela manhã vamos para a Sibéria.
Naquela noite, eu me despi e tomei um banho rápido. Deitei na cama e fechei os olhos, mas o sono não queria vir, então eu pensei. Pensei em minha vida e em tudo que havia acontecido nela. Dezoito anos e eu já poderia escrever um livro! Um livro não, uma série toda!
-           Tem razão! – Mason respondeu.
-           Hey, você está lendo pensamentos agora?
            Mason sentou-se na poltrona de couro e colocou os pés na minha cama.
-            Desculpe, mas você pensou tão alto que eu ouvi!
            Eu sorri.
-           Senti sua falta!
-           Eu também Rose! Então, como foram as coisas com Victor?
-           Bem, eu acho. Consegui a localização do irmão dele, Ivan.
-           Rose, eu tenho maus pressentimentos.
-           Vai dar certo, Mase. Tem que dar.
            Mason sorriu.
-           Eu vou estar por perto.
Por favor, esteja! – afinal qual era o problema em levar também um fantasma? Eu já estava levando uma comitiva mesmo!           
            O sono veio em seguida. E com ele, os sonhos.
            Eu estava sentada em frente á entrada da cabana, o dia estava claro e eu podia sentir o sol fraco das montanhas em minha pele. Abri os olhos. Dimitri estava lá, cortando lenha com um machado. Seu peito nu estava suado e seus cabelos grudados no rosto. Eu sorri.
            Ele virou-se para mim sorrindo também.
-           Venha até aqui, Roza.
            Eu fui.
            Ele esquadrinhou meu corpo todo com os olhos – de repente, o sol pareceu mais forte.
            Dimitri me puxou para si e me beijou. O cheiro da pele dele contra a minha, o suor. Tudo era tão real que eu mesma não sabia se era sonho.
-           Roza, Roza. Minha Roza. Senti sua falta. Porque demorou tanto?
-           Eu fui ver Victor – algo em minha falta de consciência me fez pensar que eu poderia mesmo conversar com o fruto de minha imaginação!
            Dimitri fechou o sorriso instantaneamente e apertou os olhos.
-           Não deveria ter feito isto. Victor é perigoso e eu não posso mais estar lá com você.
-           Stan estava – eu soltei meio sem querer.
            Dimitri pensou por alguns momentos.
-           Stan é um bom amigo. Não se afaste dele, Roza, nunca.
-           Eu não vou.
            Ele me beijou novamente e voltou a sorrir.
-           O que você queria com Victor Dashkov? Achei que não gostasse dele.
            Baixei meu rosto, me sentindo uma idiota por estar conversando com um sonho.
-           Fui tentar encontrar um jeito de te salvar.
            Ele sorriu mais alto.
-           Eu não preciso ser salvo Roza, eu estou bem. Olhe – ele olhou em volta, para o chão verde e o céu absolutamente azul. Depois indicou a cabana com a cabeça, sorrindo ainda mais – eu tenho tudo que preciso Roza. Estou feliz aqui – Dimitri me puxou mais perto e deslizou a mão em minhas costas – aqui não existe regras. Eu só preciso que fique comigo.
E Deus sabe o quanto eu queria ficar! Estar com ele novamente, estar com meu Dimitri. Quente e suave e gentil, e protetor. Nada me faria mais feliz.
Quando abri meus olhos, na manhã seguinte, tudo que eu queria era não ter acordado. Por alguma razão, eu sabia que o que me esperava na Sibéria seria uma página a mais no livro das minhas tristezas.

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