OI PESSOAL O BLOG ESTA PARADO TEMPORARIAMENTE
ESPERO VOLTAR EM BREVE.
BEIJOS!!!!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Capitulo 9


Cheguei ao ginásio quando as últimas luzes do dia se apagavam. A tarde estava avermelhada e fria. O ginásio estava todo apagado, mas eu sabia que ele estava lá. Entrei com cuidado. Silêncio. Eu não conseguia ouvir absolutamente nada. Caminhei mais um pouco.
          E então, uma pequena luz prateada brilhou. Eu forcei meus olhos, mas tudo que via era um pequeno facho de luz que ia e vinha. Assim que meus olhos se acostumaram com a escuridão, eu o vi. Stan estava lá, sentado na arquibancada, o olhar perdido. Suspirei fundo e caminhei até ele.
-         Oi? - eu perguntei meio sem jeito.
          Stan não respondeu, nem olhou para mim. Ele permaneceu ali, olhando o nada, e girando a estaca nas mãos.
-         Errrrr... - eu não sabia como começar.
              Quando queria, Stan era uma rocha intransponível. Absolutamente intransponível.
          Eu já estava me preparando para levantar, quando Stan começou.
-         Acha que eu não sei o que aconteceu ontem?
          Eu engoli em seco - de todos, Stan era o mais observador. Eu não sabia o que dizer, nem sabia se mentir era uma boa idéia, mas contar a verdade me parecia um tanto pior. Eu permaneci em silêncio.
-         Você se engana Hathaway, se engana se acha que pode salvá-lo.
          Eu suspirei fundo.
-         Acha que eu não tentei, Hathaway? Acha que eu gostei de tê-la matado? Acha que foi justo?
          Pronto! Agora a conversa não era mais sobre mim.
-         Eu não acho nada, Stan. Não acho nada mesmo - baixei os olhos e suspirei - eu sei o quanto é difícil.
          Stan virou-se para mim. Os olhos escuros em profundo entendimento.
-         Por isso eu não disse nada. Eu sei o quanto é bom se agarrar a esta esperança. Eu fiz isso
          Suas mãos brincavam pelo metal frio da estaca.
-         Tenho medo de vê-la sofrer o que eu sofri. Tenho medo de vê-la se arrastar sozinha pela sombra do mundo - ele fez uma longa pausa - como eu. 
              Coloquei minha mão suavemente sobre a perna dele.
-         Isso não vai acontecer, Stan - eu sorri - você está aqui, então, no máximo, eu vou me arrastar pela sombra do mundo com você.
          Stan esboçou um sorriso, e de repente ficou serio novamente.
-         Sabe Rose, eu não odeio você. Nunca odiei. O problema é que eu não sei como lidar com essa merda de sentimento.
-         Hey camarada, bem vindo ao clube!
                      Stan sorriu e eu o acompanhei
-         Dimitri.
-           Hum?
-           Você costumava chamá-lo assim.
Baixei minha cabeça e fechei os olhos, forçando uma lágrima a não sair.
-           Sim, eu sei.
Stan suspirou findo, como se quisesse não ter dito as palavras.
-         Você não veio aqui apenas pra compartilhar lamentações, não é?
-         Não!
-         E o que quer então, Hathaway? Porque me ver, eu tenho certeza que não é! – ele me provocou.
-         Eu não te odeio tanto assim, vai? – eu respondi batendo meu ombro no dele.
          Stan começou a tamborilar o dedo na estaca de um lado para o outro, impaciente.
-         Estou esperando, Hathaway. E eu fico muito mal humorado quando espero.
          Baixei meus olhos para o chão.
-         Eu preciso de ajuda.
          Stan pensou por alguns instantes – tempo que pareceu interminável para mim.
-              Suponho que não seja para matá-lo.
-         Não.
              Coloquei minha mão sobre a de Stan, olhando o mais sinceramente possível em seus olhos.
-         Eu preciso salvá-lo.
-         Não vai ser fácil, Rose.
-         Eu sei.
          Meus olhos esquentaram e começaram a coçar e então eu chorei. Nada muito absurdo ou melodramático. Apenas uma lágrima, e depois outra, e outra rolando por minha face. Baixei meus olhos ainda mais, tentando escondê-las dele, mas não consegui. Stan segurou meu rosto entre as mãos e não disse nada, por alguns minutos, ficou apenas me encarando e eu chorando, feito uma imbecil.
-         O que quer que eu faça, Rose?
          Ôpa! Isso quer dizer que "Stan o Terrível" se comove com uma garota chorando? – Se eu soubesse disto antes, poderia ter poupado muitas notas baixas.
          Eu engoli o choro.
-              Preciso procurar por Victor.
          Ele soltou minha mão e se levantou. As lágrimas começaram a voltar.
-         Agora para com essa choradeira garota! Ou quer que o canalha veja você assim?
          Eu olhei para ele admirada. Stan sorriu, enquanto juntava o material de treino e colocava na mochila. Ele saiu andando pelo ginásio escuro, como se fosse um dia normal.
-         Vamos Hathaway, o caminho até as montanhas é longo.
          Eu não perguntei nada, mesmo porque ele não responderia. Stan era do tipo "poucas palavras". Eu também não quis saber como ele faria para conseguir entrar na prisão, ou como faria para falar com Victor Dashkov, tudo que eu sabia, era que ele conseguiria.
          Saí do ginásio e corri de volta para o flat, Lissa estava acordada quando eu entrei correndo.
-         Credo Rose, parece que viu fantasma!
          Eu sabia que teria que contar a ela, mas não fazia idéia de como faria. Depois de tudo que passamos com Victor, Lissa e eu não tocávamos mais no assunto. Nunca. Eu respirei fundo e me joguei na cadeira.
-         Ainda não vi, mas pretendo.
          Lissa me olhou curiosa, com seus olhos cor de Jade.
-         Do que está falando?
-         Victor.
-         Victor? Como assim, Victor?
-         Victor, Liss. Aquele. O único.
-         Eu não quero que vá atrás dele, Rose.
          Lissa correu ao meu lado e segurou minhas mãos. Eu podia sentir através da nossa ligação que as coisas eram uma confusão só na cabeça dela. Algumas lembranças ruins e a sensação de ser sufocada e a traição. Lissa sentia um misto de raiva e desprezo e pena.
          Apertei a mão dela junto da minha, com cuidado, tentando acalmá-la.
-         Fique calma Liss, vai dar tudo certo - eu respirei fundo novamente - eu preciso fazer isto.
-         É por causa de Dimitri, não é? Você acha que pode salvá-lo.
          Deixei minha cabeça cair, envergonhada. Eu odiava o tom que todos usavam para definir meu desejo de salvar o homem que eu amava - okay, eu sabia que era loucura também, mas eu queria tentar. Eu precisava.
          Senti as mãos de Lissa sobre mim, tocando meu rosto suavemente.
-         Desculpe Rose, eu não queria dizer isto. É só que - ela fez uma pausa e suspirou - eu tenho medo. Não posso pensar em perder você. Eu não sei o que faria. Você é tudo que eu tenho.
          Eu a abracei.
-         Também me preocupo com você Liss, não posso pensar em perdê-la. É por isso que tenho medo. Dimitri é perigoso, e eu preciso - eu parei a frase no meio, sem coragem para continuar.
-         Matá-lo. Você precisa matá-lo - Lissa concluiu - só que você não consegue.
          Eu suspirei, enquanto deixava meu rosto cair sobre o cabelo louro pálido dela.
-         Me deixe te ajudar - Lissa continuou - eu sei que posso Rose. Eu posso tentar.
          Eu não respondi. Lissa sabia minha opinião quanto á expor seus poderes assim. Eu ainda tinha medo de que a mágica a machucasse. Lissa não insistiu.
-         Como vai encontrá-lo?
-         Stan vai me ajudar.
-         Você confia nele, Rose? Quer dizer, é Stan, você sabe, ele te odeia.
          Eu sorri.
-         Eu fiz por merecer Liss.
-         Isso é verdade!
          Nós duas sorrimos.
          Lissa parou de rir, recuperando a expressão cuidadosa. Seus olhos encontraram os meus e ela parou. Eu não precisava ser uma shadow kissed para entender nossa ligação. Ela e eu tínhamos sido amigas por toda a vida. Lissa sabia tanto ou mais de mim que eu mesma, assim como eu sabia dela.
          Suas mãos pousaram em meu rosto e ela o acariciou, ainda encarando meus olhos.
-         Tente – ela sussurrou.
          Embora sentisse algo grande crescendo em meu estômago, eu me forcei a permanecer calma, enquanto ela continuava.
          Lissa sorriu carinhosamente.
-         Tente salvá-lo. Faça tudo que precisar.
          Ela me abraçou, alisando meu cabelo para trás.
-         E conte comigo.
          O final da frase desencadeou tudo que eu sentia dentro de mim até agora, e liberou uma onda de lágrimas silenciosas nos cabelos de Lissa.

0 comentários:

Postar um comentário

Não esqueça de comentar
seu comentario ajuda os autores e prestigia o nosso blog.

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More