Capitulo 7

Decisões


-Rose. Olena veio até mim e me abraçou, como uma mãe saudosa de uma filha, eu me permiti retribuir ao abraço. Logo vi Karolina e as crianças, somente quem não apareceu foi Yeva, e eu não importei, ela me assustava. –Que bom que veio, nós ficamos muito preocupadas quando você foi embora daqui.

-Desculpa Olena. Foi a única coisa que consegui dizer.

-A Viktoria nos contou tudo o que aconteceu com você... Confiamos em você.

-Obrigada. Disse olhando em volta, para cada um da família. A família do meu Dimitri, pensar nela me fez lembrar que eu tinha algo a contar, mas não agora, depois do jantar. Fomos pra mesa e então Yeva apareceu, ela falou algo em russo e olhou para mim, eu nem ao menos perguntei o que era, se ela quisesse falar comigo que falasse em inglês.

Sentamos-nos a mesa e comemos, Vik ria, fazendo brincadeira junto com os sobrinhos, era bom ela sorrindo ela tinha ficado muito triste depois que o Kolai foi pra corte.

-Você tem alguma coisa pra nos dizer. Olena afirmou assim que o jantar terminou.

-Como você sabe?

-Eu já te conheço querida. Fomos todos para a sala, eu pensava em como contar isso a elas, resolvi ser direta.

-Eu encontrei o Dimitri. Elas suspiradas assustadas. –Muita coisa aconteceu, mas o mais importante é que ele agora... E era agora que vinha a pior parte, por que tinha que ser sempre eu a dar as noticias? –Ele não é mais um strigoi. Yeva soltou o que eu já sabia que era um palavrão em russo.

-Não pode ser. Olena falou em choque, o clima estava muito tenso na sala, eu com calma, contei tudo o que tinha acontecido a elas e elas ficaram perplexas. –Você o salvou. Olena disse me abraçando. –Meu Dimka, meu Dimka. Ela repetia, as lagrimas rolando em seu rosto e nos das irmãs de Dimitri.

-Na verdade quem o salvou foi a Lissa.

-Não foi você, você o procurou até o achar, você acreditou que ele poderia voltar, você procurou um meio para o salvar, querida? Olena pegou em minhas mãos. –O seu amor o salvou.

-Por que ele não veio com você? Vik perguntou. Por que ele não me ama mais, eu queria dizer, mas eu não podia.

-Aconteceram muitas coisas, e não se esqueça que eu tive que fugir de lá.

Ficamos até tarde conversando, elas pediram pra que eu contasse como o Dimitri estava, e eu contei tudo, menos a parte em que ele não queria me ver nem pintada de ouro.

-Rose vamos está tarde.

-Vamos. Despedi-me de todos e Tamy e eu voltamos.

-Eles são legais. Ela disse enquanto caminhávamos.

-É são sim.

Os próximos dias passaram normais, Lissa estava bem, ela, Cristian, Dimitri e Abe estavam aprontando alguma mas eu não descobri o que era. Vik vinha sempre pra casa do Abe, eu, ela e a Tamy estávamos muito próximas, outro de quem eu me aproximei muito foi o Dado, nós sempre lutávamos juntos e conversávamos muito, e eu logo percebi que ele era apaixonado pela Tamy, só ela que não via, outra cega era a Vik, ela estava sofrendo pela falta do Kolai e mesmo assim não reconhecia que o amava.

-Vamos a feira? Vik chamou.

-Não é perigoso.

-Ah Rose desde quando você é tão cuidadosa? Elas gastaram um bom tempo pra me convencer. Depois que eu me arrumei, coloquei a peruca e a lente desci, quando cheguei à sala nosso grupo de passeio havia crescido, Dado e o Artur iriam conosco. A feira estava lotada, e tinha varias barracas, barraca de jóias, de roupas, de alimentação.

-O que está acontecendo? perguntei a Vik depois que tínhamos andado por varias barracas.

-Nada.

-Você mente muito mal. Tamy comentou, Vik abaixou o rosto.

-Estou sentindo a falta do Kolai. Tamy e eu ficamos em silencio, nós sabíamos que esse assunto era algo delicado pra Vik. Depois de mais algumas horas nós voltamos pra casa. nós tínhamos acabado de entrar na estrada quando eu senti uma náusea enorme e soube imediatamente o que era, peguei minha estaca e me posicionei.

-O que foi? Dado perguntou.

-Strigoi.

A Tamy e o Dado e o Artur logo pegaram suas estacas também, ficamos em posição, esperando o ataque.

-O que eu faço, eu não tenho estaca. Vik falou, o desespero transparecendo em sua voz.

-Toma. Dado falou retirando uma segunda estaca do seu casaco e entregando a Vik. Não demorou muito e pudemos ver quatro strigoi vindo em nossa direção.

-Rose! Um deles exclamou. –Nós sabíamos que você voltaria aqui um dia.

-Você fez um grande estrago aqui. O outro falou, eu somente os olhei com a cabeça erguida. No instante seguinte ele estava em cima de mim, sua mão agarrou meu pescoço e seu joelho se chocou contra meu estomago me fazendo perder todo o ar. Os outros strigois estavam atacando meus amigos, pude ver de relance que Tamy lutava com um, Artur com outro enquanto Dado e Vik lutavam com o terceiro. O aperto em meu pescoço se intensificou e ar que estava pouco acabou. Antes que eu sufocasse joguei todo o meu corpo de encontro ao seu peito o fazendo desequilibrar, em seguida nocauteei seu nariz com a palma da minha mão e ouvi o clique do osso quebrando. Isso foi suficiente pra me livrar dele e dar um passo para trás, mesmo não conseguindo respirar ainda sabia que tinha que terminar isso. Ele novamente veio contra mim sua mão buscando sempre meu pescoço, deu uma seqüência de socos e jutos, ele desviou da maioria, porem alguns foram certeiros.

Nessa hora a luz do luar bateu em seu rosto e eu o reconheci de imediato, ele era o strigoi que eu torturei á muito tempo atrás, aquilo só me fez sentir mais ódio e então ele deu um sorriso irônico.

-Eu dei seu recado, porem eu não sou garoto de entregas. Seu sorriso sumiu e ele voltou pra cima de mim, assim como o meu o ódio dele tinha aumentado. Ele acertou um soco em meu rosto e veio rodear seus braços em meu tronco, porem ele vacilou e deu brecha, eu enfiei minha estaca com força o empalando. Quando olhei ao redor pude ver que a Tamy também tinha empalado o strigoi com que ela estava lutando e estava ajudando o Artur, antes que eu pudesse ajudar ela e o Artur mataram o outro strigoi, então olhei e vi o outro strigou dando um soco em cheio no estomago da Vik e quando fui pular nele, Dado o empalou.

-Vik? Você esta bem? O desespero era visível em minha voz, ela não poderia ter se machucado.

-Bem, eu estou mais que bem, isso foi... Incrível, emocionante. Vik estava sorrindo e pulando de tanta adrenalina. Nós fomos todos calados pra casa, nenhum de nós se machucou e eu vi excitação no olhar da vik o tempo todo. Chegando todos foram pros seus quartos mais a vik ficou me olhando ate que ela falou

-Rose posso falar com você um assunto um pouco delicado? Fiquei me perguntando que assusto seria esse, mas concordei.

-Pode falar Vik, você sempre poderá contar comigo.

-Rose na minha família as mulheres não viram guardiãs como você já sabe e eu sempre aceitei isso tranquilamente. Mas depois de hoje de ver um strigoi na minha frente de sentir a adrenalina de uma luta, e de ver o quão letal você é, eu quero ser uma guardiã e queria sua opinião, o que você me diz sobre isso? Ela me pegou de surpresa eu não esperava aquele assunto mas eu sabia o que dizer

-Sabe vik dizer exatamente o que você deve fazer eu não sei mais posso dizer o que eu sinto. Vik eu já tentei me imaginar não ser uma guardiã, mas não consegui, ser guardiã é tudo pra mim. Eu sempre reclamei que minha mãe não podia ter me deixado na academia, mas no fundo eu sempre agradeci a ela por ter me deixado la,  pois por causa dessa decisão dela eu sou uma guardiã. -Sabe Vik eu já vi a morte de perto e não me arrependo nem um minuto de tudo que fiz, eu sou feliz assim e se for pra você ser feliz como guardiã eu te apoio nessa decisão. Eu me surpreende com a sinceridade das minhas palavras, ela me abraçou com os olhos cheios de lagrimas e disse

-Eu quero ser igual a você e ao Dimka Rose, poderosa e letal e eu vou seguir meu coração EU VOU SER UMA GUARDIA. Ela pausou e me olhou novamente. –Porem eu tenho medo da reação da Yeva. Eu não queria ser ela quando ela contasse, pensei comigo mesma. –Você fala com ela pra mim?

-Eu? Má idéia pensei. Porem o olhar da Vik me fez concordar.

-Obrigada. Ela saiu da sala, ela iria dormir aqui em casa, com um brilho diferente no olhar e eu me senti bem em saber que eu era uma “boa” inspiração para alguém.

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