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sábado, 23 de abril de 2011

Capitulo 4


- Acorda Bella, acorda! – abri os olhos calmamente percebendo um sorriso se espalhando pelos meus lábios. Não era nenhum sonho, eu estava sim no dormitório de Hogwarts, com Hermione ao lado de minha cama. Ela também sorria igual a mim. Olhei encantada de novo para o dormitório, aquelas camas grandes com as cortinas vermelhas para dar privacidade quando queríamos, o vermelho, nunca me cansaria de olhar para aquilo tudo, para aquele vermelho e dourado por toda parte, aquela decoração. Na minha adoração por tudo ali vi que Parvati e Lilá não estavam.
- Vamos a Hogsmead hoje, Bella! – dei um pulo da cama, praticamente quicando. Amava os passeios a Hogsmead, o pequeno povoado próximo a Hogwarts.
- Sério? – Hermione assentiu – meu Merlim! Eu jurei que teria aula hoje – Mione riu
- Hoje é o dia do passeio Bella.
- Ótimo! Vou me arrumar e depois nós conversaremos, quero saber tudo o que aconteceu quando não estive e o que vocês aprontaram – Mione riu e eu fui para o banheiro, mas parei de repente com curiosidade – Mione?
- Sim?
- Você e o Rony já se acertaram? – perguntei um pouco hesitante fazendo Mione corar. Ela se virou para cama a fim de disfarçar, mas foi sem sucesso.
- Não – ela disse e suspirou. Entrei rindo no banheiro, só os dois não percebiam que se amavam.
Tomei um banho relaxante. Era bom sentir a água morna, fazia-me pensar melhor. Para mim tudo estava sendo um sonho: voltar para Hogwarts, rever meus amigos e meu irmão. Um sonho de qual eu não queria acordar nunca.
Voldemort e... Edward. Suspirei. Voldemort estava à solta desde quando nos impedimo-lo de pegar a pedra filosofal. E Edward, era estranho, não doía mais quando pensava nele. Certamente não o perdoei e isso irá demorar a ocorrer, ele me fez sofrer muito.
Balancei a cabeça negativamente. Eu irei esquecê-lo, e tinha certeza que meus amigos iriam me ajudar nisso.
Sai do banheiro e Mione estava sentada em sua cama, pensativa.
- Está tudo bem? – ela forçou um sorriso
- Sim, claro – Suspirei tristemente. Hermione sofria. Às vezes tinha vontade de bater no Rony por isso. – vá que eu vou tomar banho e depois vou
Resolvi não contestar, alguma hora ela desabafava. Fui para o salão comunal, que estava vazio, exceto por Harry e Rony que esperavam. Os dois estavam rindo. Rindo não, gargalhando.
- Posso saber o motivo da risada? – os dois pularam de susto, e me controlei para não rir.
Os dois se entreolharam risonhos.
 - Cadê a Hermione? – dei de ombros, tentando não transparecer minha preocupação. Hermione parecia triste, e eu ficava triste pela minha amiga.
 - Já esta descendo, Harry. E então, por que estavam rindo? – mudei de assunto logo quando vi que Harry notou minha preocupação. Esse é um dos meus piores defeitos. Não sei mentir direito.
 - Vamos esperar Hermione e então contamos.
 - Falando de mim, irmãos sobreviventes? – Hermione apareceu bem na hora, eu e Harry rimos pelo apelido carinhoso que o mundo mágico nos dera. ‘Irmãos sobreviventes’.
- Estávamos te esperando. Vamos? Estou com fome – Rony falou e todos assentiram.

Saímos pelo retrato da mulher gorda que novamente tentou perguntar o que havia acontecido, e adiei a conversa mais uma vez. Conforme íamos passando algumas rodinhas de alunos cochichavam entre si.
- Por que não trouxe a capa de invisibilidade? – sussurrei para Harry. Vi ele abrir um sorriso no canto da boca sorriu.
- Também passei por isso, aconteceram muitas coisas como... bem, depois nós contamos para você – ai que chato precisava falar então? Morri de curiosidade o caminho todo.
Quando chegamos ao salão principal, eu preferia ser do tamanho de uma formiga, para que ninguém conseguisse me ver. Todas as cabeças se viraram para mim, e eu sem conseguir evitar corei furiosamente, por fim tentei ignorar e segui Harry, Rony e Hermione. 
- Você vai se acostumar – Harry tentou me reconfortar, notando meu constrangimento.
- Ah, claro que vou – falei cheia de ironia – isso está pior do que quando fui selecionada! – exclamei. Bom, me contem que eu perdi. Que torneio tribruxo foi esse? – perguntei curiosa.
- Bem, no íncio do ano eu estava tendo sonhos de Voldemort, então teve o torneio e... – Harry foi me contando com Rony e Hermione preenchendo as lacunas. Estava embasbacada com os relatos deles.
- Como assim? Agora Voldemort tem um corpo?! – perguntei após ele contar sobre quando ele pegou a taça do torneio, que era uma chave de portal.
- Sim, e eles usaram meu sangue para isso... – ele respondeu minha pergunta e continuou contando. Quando estava na parte de que eles perceberam que Olho-Tonto Moody era na verdade Bartô Crouch Jr., ele foi interrompido por Gina.
- Oi Bella. – ela me cumprimentou, sorriu e se virou para Harry – Ei, Harry, me mandaram lhe entregar isso. - Ela deu um pergaminho a ele, que rapidamente o abriu.
- Obrigada Gina... é a próxima aula de Dumbledore! Segunda a noite – boiei geral. Harry estava tendo aulas particulares? Com Dumbledore? – Quer se encontrar com a gente em Hogsmeade, Gina?
- Estou indo com Dino, talvez a gente se veja lá – ela disse e saiu.
Olhei para Harry estranhando seu pedido. Ele havia fechado a cara quando Gina disse Dino. Sorri ao ver isso. Gina sempre gostou de Harry e, finalmente, ele está percebendo que gosta dela também.
Eles continuaram me contando sobre o quarto ano, mas quando percebemos que o salão principal já estava vazio fomos correndo onde Filch estava verificando os nomes dos alunos com um sensor de segredos. Pelo jeito a segurança estava mais rigorosa.
Não estava um tempo muito bom lá fora, então, fechei o grosso casaco que eu estava usando sobre um blusão. Pelo caminho, os alunos que também estavam indo para Hogsmead não pareciam nos notar, pois todos estavam curvados contra o vento, tentando se proteger do frio. Fomos até a Zonko’s, mas estava fechada, para total desanimo nosso. Rony apontou para a Dedosdemel, onde fiquei feliz ao ver que estava aberta.
- Graças a Deus. Estava morrendo de frio – exclamou Rony reclamando com sempre.
- Harry, meu rapaz! – trovejou uma voz às nossas costas.
- Ah, não – murmurou Harry. Olhei para trás onde vinha um homem gordo, careca e baixinho. Devia ser bem velho. Reconheci ele de ontem, ele estava na mesa dos professores no jantar deduzi que ele fosse um por esse fato.
- Olá professor – Harry estava com uma cara feliz(puro fingimento), Rony estava emburrado e eu e Hermione sorriamos simpaticamente.
- Esta deve ser Isabella Potter! – ele tinha um brilho no olhar. Eu hein, gente esquisita
- Bella, por favor.
- Bella, esse é o professor de poções Slughorn. – me apresentou Hermione
- Muito prazer – falei educadamente, pensando em mil desculpas para sair dali. Ele sorriu e se virou novamente para Harry.
- Harry, você já faltou três dos meus pequenos jantares. Não vai adiantar, meu rapaz, estou decidido a fazê-lo comparecer. A srt. Granger adora os jantares, não é verdade?
- É – concordou Hermione, mas não senti firmeza sem sua voz.
- Então por que você não vem também Harry? – perguntou se virando para ele.
- Bem, tenho tido treino de quadribol - Dei uma leve risadinha pela desculpa esfarrapada do meu irmão e quando todos me olharam, corei e disfarcei com uma tosse.
- A srt. também é bem vinda. Além do que, você não tem treinos de quadribol – arg!
- Claro, claro, verei se posso ir – sorri já pensando no que fazer quando tivesse esses jantares. A única coisa que me vinha na cabeça era dizer que estava doente. Fui ver os doces da loja para sair dali e Rony rapidamente me seguiu com cara emburrada.
- Por que essa cara? – perguntei divertida. As orelhas de Rony coraram.
- Odeio essas reuniões. Não gosto de alguns dos integrantes, como o McLaggen.
- Hm… e porque não gosta dele? – tava me divertindo com aquilo.
- Fica dando em cima da Mione na maior cara de pau – soltou sem querer e ficou completamente corado, na cor dos cabelos. Fiquei séria. Como eles eram difíceis! Se amavam, mas não admitiam.
- Então acho bom você fazer algo antes que Mione ceda seus encantos, não? – disse e fui para onde Harry e Mione estavam, vendo que o professor já tinha ido embora. Rony me seguiu mais vermelho ainda.
- Vamos ao três vassouras? – perguntei animada por ter deixado Rony daquele jeito. Esse ano eles ainda ficariam juntos, com um empurrãozinho meu e da Gina, se ela me ajudar.
Os três assentiram e saímos da Dedosdemel, não antes de perceber todos os olhares curiosos sobre mim. Pelo menos ninguém falou comigo - pensei feliz.
Estava parecendo quando cheguei aqui no meu primeiro ano em Hogwarts, com todos olhando curiosos e pedindo para ver minha cicatriz no pulso.
Ou de quando entrei em Forks, que para uma cidade pequena, uma mera cidadã sem graça como eu era motivo de fofoca.
Cheguei a pensar nos Cullen. Apesar de não os ter perdoado, se eles não tivessem me deixado, teria demorado muito mais tempo para me lembrar minha verdadeira origem. O buraco do meu peito ainda não estava cicatrizado.
Mal eu sabia que ele se curaria com alguém que eu menos esperava.

Já era de noite. Meu dia havia sido muito cheio.
Conheci Mundungo, que estava vendendo coisas da casa do meu padrinho Sirius, só depois descobri que já estava morto.
Jurei a mim mesmo que se algum dia encontrasse Belatriz, a mataria e Harry concordou comigo.
Conheci Tonks, e Hermione me falou de sua preocupação com ela. Hoje três grifinórios tiveram coragem de me perguntar o que havia acontecido. Expliquei apenas que minha mente tinha sido alterada e que ontem havia me lembrado de tudo. Os três foram embora muito corados.
 Harry, Rony e Hermione me contaram tudo o que aconteceu no quinto ano. Tive raiva das pessoas que desconfiaram de Harry. E de Dumbledore. Ignorar Harry havia sido sua pior alternativa. Harry também me contou de sua desconfiança sobre Draco Malfoy ser comensal, o que Hermione discordou rapidamente. Não disse nada, só ouvi com atenção até chegar minhas conclusões.
Quais foram elas? Minha vida era complicada.
O mundo bruxo estava em perigo.
Charlie devia estar preocupado comigo. - Comecei a me arrepender do jeito que fui embora.
Podia ter um comensal na escola.
Eu e meu irmão estávamos correndo muito perigo, pois pelo que eles me contaram, Voldemort quer realmente nos matar desde que soube da profecia.
Mas meu dia foi divertido. Estar com meu irmão e meus amigos, por um momento, me fez esquecer todo meu sofrimento, o qual não era pouco.
Edward era outro problema. Será que eu o amava mesmo? Então porque não sinto tantas saudades? Porque não penso nele todas as horas?
Contei sobre ele para Harry, Rony e Hermione. Harry e Rony juraram que se o encontrassem o matariam, e Hermione só ficou pensativa, não disse nada.
Tivemos uma péssima experiência no caminho.
Uma garota, Cátia Bell, fora amaldiçoada enquanto levava um colar a Dumbledore. Fiquei com medo, e concordei com as suspeitas de Harry que poderia ter sido Malfoy.
Mas pelo jeito ele não sabe o que faz.
Será que pensou mesmo que Dumbledore não veria que o colar estava enfeitiçado? Pelo jeito Malfoy era burro. Mas Harry também foi burro ao discutir com a professora McGonagall…
Revi também Hagrid, que me abraçou tão forte que jurei que quebraria uma costela.
- Hermione, já pensou em se declarar para o Rony? – sussurrei para que Lilá e Parvati não acordassem. Já estava deitada e eu não conseguia dormir. Mione recém tinha saído do banheiro.
- De... cla...rar? – perguntou gaguejando e mesmo pelo escuro, podia ver que o rosto de Hermione estava vermelho. Suspirei e ela continuou parecendo mais firme – não sei por que faria isso. Ele é apenas meu amigo, Bella – suspirei pesadamente novamente.
- E qual a relação de Harry e Gina?
- Ah! Bem, você sabe que Gina sempre gostou do Harry, e eu falava para ela tentar esquecê-lo e você...
- discordava por que dizia que meu irmão se ligaria que gosta dela – completei – continue.
- Bem, esse ano parece que Harry está mais interessado nela. Mas não sei. Homens são tão... confusos. Às vezes parece que gostam de nós, em outras que não estão nem aí para o que fazemos ou sentimos – arqueei uma sobrancelha
- Pera aí, ta falando do Harry ou do Rony? – ela me jogou o travesseiro rindo.
- Vá dormir, Bella – ainda rindo, tentei dormir e depois de alguns minutos, consegui.

PDV Draco Malfoy

Era só o que me faltava agora! Mais uma Potter! Eu me lembrava dela, sempre tentava humilhá-la, mas ela nem ligava.
Os três garotos grifinórios que falaram com ela, espalharam pela escola que haviam mudado sua memória e ela estava vivendo com trouxas. Mas como a memória dela voltou? Assim, do nada? Esses grifinórios inúteis não perguntam os detalhes.
Só quero ver quando meu querido mestre ver quem esta viva pensei ironicamente e me arrepiei.
Olhei para o meu pulso e me senti orgulhoso. Voldemort escolheu a mim. Poderia escolher um de muitos outros, mas me escolheu!
Infelizmente o colar que mandei pela Cátia Bell para matar o velhote não funcionou.
Mas pelo menos a maldição imper…
Parei de pensar nisso quando senti uma enorme dor no pulso onde tinha minha marca. Droga! Ele estava me chamando.
Era noite e todos já deviam estar dormindo. Sai da cama, me vesti, e fui, silenciosamente, para a passagem ‘secreta’ que dava na Dedosdemel, minha mãe me havia mostrado ela para quando ele me chamasse.
Quando cheguei à loja, aparatei para minha casa onde ele devia estar.
Lá estava apenas minha tia Belatriz, a qual havia começado a gostar mais quando me ajudou em Oclumencia.
- Cadê ele? – perguntei um pouco ríspido para ela. Apesar de gostar dela, ainda sou um Malfoy. Não aprendi a ser simpático com as pessoas. Qualquer um é inferior a um Malfoy.
- Olhe como fala dele garoto. Devia estar agradecido. – ela me disse, deu um olhar reprovador e continuou – o Lord já soube que aquela Potterzinha voltou. O velhote não conseguiu abafar o caso pelos jornais. Então ele quer que você se aproxime dela, sejam amigos, namorados se precisar. O Lord das Trevas vai precisar de alguém que saiba de seus segredos...
- COMO É QUE É? EU NAMORANDO UMA POTTER? NEM PENSAR – gritei mesmo sabendo que não tinha outra solução. Não estava a fim de morrer por Voldemort. Teria que me humilhar sendo amigo de uma grifinória.

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